Semana na mobilidade: acionistas aprovam pacote de US$ 1 trilhão para Elon Musk e Beta Technologies estreia na Bolsa

O noticiário de mobilidade desta semana foi dominado pela aprovação, pelos acionistas da Tesla, do pacote de remuneração de US$ 1 trilhão para Elon Musk. A decisão, tomada em assembleia, garante ao executivo a continuidade do controle sobre a montadora mediante metas operacionais, de lucro ajustado e de valorização de mercado.

Pacote atrela poder a metas ambiciosas

A remuneração será liberada em tranches de 35,3 milhões de ações cada vez que a Tesla atingir objetivos específicos. O primeiro marco exige que a capitalização de mercado chegue a US$ 2 trilhões — hoje, o valor é de cerca de US$ 1,5 trilhão.

Entre as outras metas estão:

  • 20 milhões de veículos Tesla entregues;
  • 10 milhões de assinaturas ativas do modo Full Self-Driving;
  • 1 milhão de robôs entregues;
  • 1 milhão de robotáxis em operação comercial no prazo de 10 anos.

Na mesma reunião, Musk prometeu iniciar a produção do Cybercab em abril, admitiu a possibilidade de construir uma grande fábrica de semicondutores e voltou a adiar o Roadster 2: o modelo de produção será apresentado em 1.º de abril de 2026.

Estreias e captações no setor aéreo elétrico

A Beta Technologies, fabricante de aeronaves elétricas, ignorou o impasse orçamentário em Washington e realizou seu IPO na New York Stock Exchange. A empresa vendeu 29,9 milhões de ações a US$ 34, acima da faixa prevista, levantando US$ 1 bilhão e alcançando avaliação de US$ 7,4 bilhões. O papel fechou o primeiro pregão a US$ 36, recuando depois para cerca de US$ 31.

Outra companhia de aviação elétrica, a Archer Aviation, captou US$ 650 milhões com oferta de 81,25 milhões de ações para financiar a compra do aeroporto de Hawthorne (Los Angeles) por US$ 126 milhões. A reação do mercado foi negativa: as ações recuaram 12,6 %.

Rodada de investimentos e movimentos corporativos

  • Evotrex, que desenvolve trailer híbrido com motor a combustão integrado, saiu do modo stealth com rodada seed de US$ 16 milhões liderada pela Anker e fundos chineses.
  • A indiana TVS Motor vendeu toda a participação na plataforma de caronas Rapido por ₹ 2,88 bilhões (aprox. US$ 32 milhões) para Accel e MIH Investments (Prosus).
  • O Fundo Soberano da Arábia Saudita elevou de US$ 750 milhões para cerca de US$ 2 bilhões o teto de um empréstimo à Lucid Motors, garantindo liquidez até 2027.
  • A Rivian criou a spin-off Mind Robotics, focada em IA industrial e robótica, já capitalizada com US$ 115 milhões em rodada seed liderada pela Eclipse.

Executivos, pesquisas e ajustes nas montadoras

  • O professor Bryant Walker Smith publicou o estudo “Self-Driving Means Self-Driving”, sobre comunicação de tecnologias autônomas ao público.
  • Dirigentes da Ford avaliam encerrar a produção da picape elétrica F-150 Lightning.
  • A Lucid passa por reorganização: o engenheiro-chefe Eric Bach saiu após mais de dez anos; a vice-presidente de Qualidade, Jeri Ford, aposentou-se; James Hawkins (VP de Engenharia) também deixou a empresa. Emad Dlala, vice-presidente sênior de Trem de Força, assume todas as áreas de Engenharia e Digital enquanto segue a busca por um CEO permanente.
  • A fornecedora de sensores Luminar recebeu aviso de despejo de um de seus escritórios em Orlando (Flórida).

Resultados trimestrais

  • Lyft registrou lucro de US$ 46,1 milhões no terceiro trimestre, revertendo prejuízo de US$ 12,4 milhões um ano antes. A plataforma somou 248,8 milhões de corridas (+15 %) e receita de US$ 1,69 bilhão (+11 %).
  • A Rivian faturou US$ 1,56 bilhão (+78 % ano a ano) e teve prejuízo de US$ 1,17 bilhão, ante perda de US$ 1,1 bilhão no mesmo período de 2024.

Expansão dos robotáxis

A Waymo planeja lançar serviço de robotáxis em Detroit, Las Vegas e San Diego. A empresa pretende alcançar 1 milhão de viagens por semana até o fim de 2026; em abril, o volume informado era superior a 250 mil.

As movimentações indicam um setor de transporte cada vez mais dinâmico, com metas ousadas, captações bilionárias e ajustes estratégicos para manter a competitividade na corrida pela mobilidade do futuro.

Com informações de TechCrunch

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