NOVA YORK (30.out.2025) – A Navan encerrou seu primeiro dia de negociação na Nasdaq com queda de 20% em relação ao preço de abertura de US$ 25 por ação, o que reduziu o valor de mercado da plataforma de viagens e despesas corporativas para cerca de US$ 4,7 bilhões.
Fundada há dez anos e anteriormente conhecida como TripActions, a empresa foi a primeira a aproveitar uma nova norma da Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) que permite ofertas públicas iniciais durante paralisações do governo federal. Pelo modelo, os documentos do IPO ganham aprovação automática 20 dias após o envio da faixa de preço, dispensando a análise presencial dos reguladores.
A mudança, porém, traz um risco: a SEC pode revisar os arquivos posteriormente. Caso encontre falhas ou omissões relevantes, a autarquia pode exigir correções que possam pressionar ainda mais o preço das ações e abrir caminho para disputas judiciais.
A direção da Navan decidiu prosseguir porque a maior parte do formulário de registro já havia sido examinada por técnicos da SEC antes do início do shutdown em 1º de outubro. Mesmo assim, analistas apontam que a incerteza regulatória pesa sobre o desempenho inicial dos papéis.
Histórico e números do IPO
A companhia confidenciou seu pedido de abertura de capital em 2022 e chegou a cogitar uma avaliação de US$ 12 bilhões para início de 2023. Seu último aporte privado ocorreu em outubro de 2022, quando levantou US$ 154 milhões em uma rodada Série G que avaliou o negócio em US$ 9,2 bilhões.
Entre os principais clientes estão Shopify, Zoom, Wayfair, OpenAI e Thomson Reuters. A assistente de inteligência artificial Ava responde por cerca de metade das interações de atendimento relacionadas a reservas ou alterações de voos, hotéis e locações de veículos. A solução de gestão de despesas usa leitura automatizada de recibos e categorização para auxiliar empresas no controle de gastos de funcionários.
Imagem: Internet
No período de 12 meses encerrado recentemente, a Navan registrou receita de US$ 613 milhões, alta de 32% frente ao ano anterior, e prejuízo de US$ 188 milhões, conforme o prospecto S-1. Os maiores acionistas antes da listagem eram a Lightspeed (24,8%), o investidor solo Oren Zeev (18,6%), a Andreessen Horowitz (12,6%) e a Greenoaks (7,1%).
O desempenho da Navan será observado atentamente por outras startups que avaliam abrir capital ainda este ano. Para essas empresas, a decisão passa por optar entre enfrentar as incertezas regulatórias atuais ou adiar os planos para 2026.
Com informações de TechCrunch
