A Carbon Direct, startup especializada em gestão de emissões, anunciou nesta segunda-feira (10) a aquisição da Pachama, plataforma voltada a créditos de carbono baseados na conservação e restauração de florestas. Os valores da transação não foram divulgados.
Fundada para conectar empresas a projetos de reflorestamento e proteção de biomas, a Pachama havia captado US$ 88 milhões em rodadas que contaram com recursos do Climate Pledge Fund (Amazon), Breakthrough Energy Ventures, Lowercarbon Capital e investidores famosos como Ellen DeGeneres, Laura Dern e Serena Williams. No último verão, a companhia demitiu cerca de 20 funcionários em meio ao arrefecimento do mercado voluntário de carbono.
“O ambiente financeiro e geopolítico incerto, somado à agenda anti-ESG nos Estados Unidos, está afetando os orçamentos corporativos de sustentabilidade”, disse à época o CEO da Pachama, Diego Saez Gil. Segundo ele, o impacto é mais forte no segmento voluntário, já em processo de correção.
De acordo com dados da PitchBook, a Carbon Direct havia levantado US$ 60,8 milhões antes da compra. Diferentemente da Pachama, a empresa atua principalmente como consultoria: monitora emissões de clientes, elabora relatórios e avalia créditos para compensação.
Nos últimos anos, o mercado voluntário de carbono enfrenta pressão após investigações apontarem falhas na efetividade dos créditos. Um levantamento do jornal britânico The Guardian indicou que mais de 90% dos certificados emitidos por uma verificadora não geraram reduções reais de CO₂, alimentando questionamentos sobre adicionalidade — ou seja, se as florestas protegidas correriam risco de desmatamento sem o investimento.
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Ainda assim, grandes corporações mantêm metas de neutralidade climática. Entre os clientes da Carbon Direct estão Microsoft, Shopify, American Express, JP Morgan, Alaska Airlines e BlackRock.
Com informações de TechCrunch
