A inflação ao consumidor nos Estados Unidos voltou a ganhar força em setembro. Segundo o Bureau of Labor Statistics (BLS), o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) subiu 0,3% no mês, elevando a taxa anual de 2,9% para 3%, o patamar mais alto desde janeiro.
Gasolina lidera a pressão de preços
O avanço mensal foi puxado principalmente pelos combustíveis. Os preços da gasolina aumentaram 4,1% no geral, enquanto a gasolina comum registrou alta de 4,2%, ambos os maiores saltos desde agosto de 2023.
Alimentos e moradia sobem menos
Os alimentos continuaram em território positivo, mas cresceram em ritmo menor que em agosto, quando a cesta de mercado havia registrado o maior aumento em quase três anos. Já os custos de habitação mantiveram a tendência de desaceleração observada nos últimos meses.
Expectativas do mercado
Economistas consultados pela FactSet projetavam ganho de 0,4% no mês e inflação anual de 3,1%. Excluindo alimentos e energia, o chamado núcleo do CPI subiu 0,2% em setembro, também alcançando 3% em 12 meses.
Impacto no bolso e na política monetária
De acordo com a Moody’s Analytics, a alta de preços faz com que o lar norte-americano típico gaste US$ 208 a mais por mês do que há um ano para adquirir a mesma cesta de bens e serviços. Em comparação com o início de 2021, essa diferença chega a US$ 1.043 mensais.
Para Christopher Rupkey, economista-chefe da FwdBonds, o resultado mais brando que o previsto “dá luz verde” para um eventual corte de juros pelo Federal Reserve, que se reúne na próxima semana. Ele pondera, contudo, que o quadro pode parecer melhor do que realmente é, já que os efeitos das novas tarifas de importação da administração Trump ainda não apareceram totalmente nos índices de preços.
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Tarifas e itens em alta
O relatório indica que as tarifas sobre produtos importados continuam pressionando itens como vestuário, móveis, calçados e eletrodomésticos. O subíndice de bens — excluindo automóveis — subiu 1,3% em 12 meses, maior marca desde agosto de 2023.
Divulgação atrasada
Esta foi a primeira grande estatística federal publicada desde o início da paralisação parcial do governo em 1º de outubro. Originalmente prevista para 15 de outubro, a divulgação do CPI foi adiada para garantir que o cálculo dos reajustes no custo de vida das aposentadorias do Seguro Social de 2026 fosse concluído dentro do prazo.
Com informações de CNN Business


