São Francisco (EUA) – A General Intuition, laboratório de pesquisa em inteligência artificial criado pela plataforma de compartilhamento de clipes de jogos Medal, levantou US$ 133,7 milhões em rodada seed para desenvolver agentes capazes de compreender como objetos se movem no espaço e no tempo.
O investimento foi liderado pelos fundos Khosla Ventures e General Catalyst, com participação da Raine. Segundo a Medal, a startup terá recursos para ampliar a equipe de pesquisadores e engenheiros dedicados a treinar um agente geral que interaja com o ambiente, inicialmente voltado a aplicações em games e drones de busca e resgate.
Base de dados com 2 bilhões de vídeos por ano
O diferencial da General Intuition é o acervo da Medal: cerca de 2 bilhões de vídeos publicados anualmente por 10 milhões de usuários ativos em dezenas de milhares de jogos. Para Pim de Witte, CEO da Medal e da nova empresa, os clipes costumam mostrar situações extremas – vitórias ou falhas marcantes – que servem como casos de borda valiosos para treinamento.
Esse “fosso de dados” teria atraído, no fim do ano passado, uma oferta de compra de US$ 500 milhões da OpenAI, conforme o site The Information. Nem a OpenAI nem a General Intuition comentaram.
Modelo aprende apenas com visão de jogador
Segundo De Witte, o modelo já consegue interpretar ambientes nunca vistos e prever ações corretas usando apenas a imagem que um jogador enxerga na tela, reproduzindo movimentos via comandos de controle. A abordagem, afirma a companhia, pode ser transferida para braços robóticos, drones e veículos autônomos, frequentemente operados com controles semelhantes aos de videogame.
Próximos passos
A empresa trabalha em duas frentes: gerar mundos simulados para treinar outros agentes e permitir que eles naveguem de forma autônoma em ambientes físicos desconhecidos. Diferentemente de rivais que vendem modelos de mundo, como DeepMind (Genie) e World Labs (Marble), a General Intuition planeja usar sua tecnologia para criar bots e personagens não jogáveis que superem os tradicionais algoritmos determinísticos.

Imagem: Internet
“Os bots podem escalar a qualquer nível de dificuldade”, explicou Moritz Baier-Lentz, cofundador da General Intuition e sócio da Lightspeed Ventures. O objetivo é ajustar o grau de desafio para manter a taxa de vitória dos jogadores perto de 50%, aumentando engajamento e retenção.
Com experiência prévia em ações humanitárias, De Witte também vê potencial na operação de drones de busca e resgate que precisem se orientar sem GPS. Para ele, o raciocínio espaço-temporal é componente essencial na corrida pela inteligência geral artificial, aspecto que, na avaliação do executivo, falta aos grandes modelos de linguagem.
Com informações de TechCrunch