Pesquisadores do Max Planck Institute for Intelligent Systems, em parceria com a ETH Zürich, demonstraram um método sem fios para fazer partículas microscópicas enrijecerem ou amolecerem sob demanda. O trabalho, liderado por Buse Aktaş, foi publicado em 16 de outubro de 2025 na revista Nature Communications.
A equipe desenvolveu partículas cúbicas de alguns milímetros compostas por materiais magnéticos e não magnéticos. Quando submetidas a campos magnéticos gerados por bobinas ao redor de uma plataforma, essas partículas se atraem e se “agregam”, formando estruturas rígidas. Ao desligar o campo, os cubos se separam imediatamente, devolvendo ao conjunto uma condição mais flexível.
Nos sistemas de robótica atuais, transições semelhantes de rigidez costumam depender de bombas de vácuo, válvulas e tubos — componentes difíceis de miniaturizar. Segundo Aktaş, o uso exclusivo de magnetismo elimina essa limitação e abre caminho para reduzir drasticamente o tamanho dos dispositivos, mantendo o controle total sobre suas propriedades mecânicas.
A técnica, descrita no artigo “Jamming with magnetic composites”, permite programar as partículas para se agruparem em linhas, superfícies ou volumes inteiros, a depender do desenho do composto e da configuração do campo aplicado. Isso viabiliza a montagem, o endurecimento, o relaxamento ou a desintegração de estruturas apenas por comando magnético remoto.

Imagem: Internet
Embora os protótipos atuais ainda estejam na faixa dos milímetros, os pesquisadores pretendem avançar para a escala micrométrica após entender melhor a física fundamental do “engarrafamento” magnético. A abordagem pode servir de base para microrrobôs médicos, materiais inteligentes, sistemas biomédicos e técnicas de micro-manipulação.
Com informações de Nanowerk