Astro Teller, CEO da X — o laboratório de inovações radicais da Alphabet — explicou nesta segunda-feira (27) os critérios que definem um “moonshot” e a filosofia de “falhar rápido” adotada pela empresa. A apresentação ocorreu durante a conferência TechCrunch Disrupt 2025.
Segundo Teller, a X mantém taxa de acerto de apenas 2%. Ainda assim, projetos como Waymo (veículos autônomos) e Wing (entregas por drones) nasceram nesse ecossistema. “A maioria das coisas que tentamos não dá certo, e tudo bem”, afirmou.
Os três pilares de um moonshot
Para ser considerado um moonshot, o projeto precisa:
1) buscar resolver um problema gigantesco;
2) propor um produto ou serviço que, por mais improvável que pareça, possa eliminar esse problema;
3) apoiar-se em uma tecnologia disruptiva que ofereça alguma esperança de sucesso.
Teller exemplificou com a ideia de um teletransporte: a X liberaria um pequeno orçamento para provar rapidamente que a hipótese é inviável — ou descobrir se há, de fato, oportunidade única. “Não quero que você faça funcionar; quero saber se é mesmo uma chance única em uma geração, e tudo bem se a resposta for não”, disse.
Audácia, humildade e eliminação precoce
Projetos que soam “razoáveis” não interessam ao laboratório, pois deixariam de ser moonshots. A equipe recebe verba limitada para testar hipóteses; se o resultado se mostra mais “maluco” do que o previsto, a iniciativa é encerrada. Caso pareça menos improvável, ganha novo aporte modesto para tentar derrubar a própria ideia de novo.
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“É preciso equilibrar audácia e humildade”, defendeu Teller. “Sem audácia, você não começa. Sem humildade, vai longe demais na direção errada.”
Números do laboratório
A X inicia mais de 100 experiências por ano. Apenas 2% chegam à fase de saída após cinco ou seis anos, mas esses projetos absorvem 44% do orçamento total por apresentarem desempenho “extraordinariamente bom”. O resultado, diz o executivo, é obtido porque as ideias frágeis são descartadas cedo.
Inovação pode ser reaprendida
Teller concluiu afirmando que a capacidade de inovar existe em todas as pessoas. “Quando crianças, éramos criativos; desaprendemos isso com o tempo. É possível reencontrar essa habilidade num ambiente onde não nos sentimos tolos por tentar.”
Com informações de TechCrunch


