Israel deporta Greta Thunberg e mais 170 ativistas de flotilha; brasileiros continuam detidos

Jerusalém, 6.out.2025 – O Ministério das Relações Exteriores de Israel informou nesta segunda-feira (6) que a ativista sueca Greta Thunberg e outros 170 integrantes da Flotilha Global Sumud foram deportados do país. Os estrangeiros, detidos na semana passada quando tentavam levar ajuda humanitária à Faixa de Gaza, embarcaram em voos com destino à Grécia e à Eslováquia.

Quem foi deportado

Segundo a chancelaria israelense, deixaram o território cidadãos de Grécia, Itália, França, Irlanda, Suécia, Polônia, Alemanha, Bulgária, Lituânia, Áustria, Luxemburgo, Finlândia, Dinamarca, Eslováquia, Noruega, Reino Unido, Sérvia e Estados Unidos.

Com a remoção do novo grupo, mais da metade dos 473 ativistas capturados já saiu de Israel. No fim de semana, outros 137 foram enviados para a Turquia. Na ocasião, as autoridades acusaram parte dos detidos de “obstruir deliberadamente o processo de deportação” ao preferirem permanecer no país.

Brasileiros seguem presos

Os 14 brasileiros detidos permanecem na penitenciária de Ketziot, no deserto de Neguev. O Itamaraty informou que todos “estão bem diante da situação”, acompanham trâmites jurídicos locais e aguardam definição das datas de deportação.

Entre os 15 integrantes da delegação brasileira, apenas o jornalista Hassan Massoud não foi preso. Correspondente da Al Jazeera em São Paulo, ele viajava em um barco de observação que não entrou na área marítima considerada proibida por Israel.

Intercepção no Mediterrâneo

A Flotilha Global Sumud, cujo nome significa “resiliência” em árabe, partiu de Barcelona em setembro em embarcações separadas. Depois de cerca de um mês de navegação, o grupo se aproximou das águas de Gaza no início de outubro. Em 1º de outubro, a Marinha israelense iniciou as abordagens e deteve participantes de Brasil, Argentina, México, Espanha e outros países. Entre eles estavam Greta Thunberg, o ativista brasileiro Thiago Ávila, a ex-prefeita de Barcelona Ada Colau e Mandla Mandela, neto de Nelson Mandela.

Os organizadores afirmam que o objetivo era entregar suprimentos à população de Gaza, onde a ONU aponta situação de fome extrema. Israel, porém, mantém bloqueio naval sobre o território desde 2023, ano em que iniciou uma ofensiva contra o Hamas após o ataque de 7 de outubro.

Conflito em números

O ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023 resultou em 1.219 mortos em Israel, a maioria civis, segundo levantamento da AFP com base em dados oficiais israelenses. Em resposta, a ofensiva israelense na Faixa de Gaza já causou ao menos 66.225 mortes, também majoritariamente civis, de acordo com o Ministério da Saúde do enclave, números considerados confiáveis pela ONU.

As autoridades israelenses não anunciaram novas datas para as próximas deportações.

Com informações de UOL Notícias

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