O empresário italiano Francesco Gaetano Caltagirone foi notificado pelo WhatsApp de que seu celular havia sido alvo do spyware desenvolvido pela israelense Paragon Solutions, segundo reportagens publicadas nesta quinta-feira (9) pelos veículos investigativos IrpiMedia e La Stampa.
A notificação chegou em janeiro e fez parte de um lote de cerca de 90 alertas enviados pelo aplicativo a usuários atingidos pelo mesmo software de vigilância. Não se sabe o motivo da tentativa de infecção, e a Caltagirone SpA ― holding que leva o nome do empresário ― não respondeu aos pedidos de comentário.
O grupo de Caltagirone atua nos setores de construção, imóveis, finanças e mídia, incluindo o jornal Il Messaggero. Ele é o primeiro empresário italiano a integrar a lista de vítimas do spyware. Até então, os casos conhecidos envolviam os jornalistas Francesco Cancellato e Ciro Pellegrino, do site Fanpage, além dos ativistas de imigração Luca Casarini e Giuseppe Caccia, da ONG Mediterranea Saving Humans.
A inclusão de um representante do setor empresarial amplia o escândalo de espionagem no país, antes restrito a profissionais de imprensa e defensores de direitos humanos. Após as denúncias envolvendo os jornalistas, a Paragon rompeu contrato com o governo italiano, cujo serviço de inteligência figurava entre seus clientes.
Fundada em Israel, a Paragon se apresenta como fabricante de “spyware ético”. Em dezembro de 2024, a empresa foi adquirida pela norte-americana AE Industrial, em um acordo que prevê fusão com a empresa de cibersegurança REDLattice. Quando questionada em setembro sobre seu contrato com o Serviço de Imigração e Controle de Alfândega dos Estados Unidos (ICE), a Paragon encaminhou a solicitação à vice-presidente de marketing da REDLattice, Jennifer Iras, sinalizando que a fusão pode ter sido concluída.

Imagem: Internet
Tanto a Paragon quanto o WhatsApp foram procurados, mas não se pronunciaram até o fechamento desta edição.
Com informações de TechCrunch