Colunista critica escolha de María Corina Machado para o Nobel da Paz 2025

O colunista Jamil Chade afirmou que, embora o Comitê Norueguês do Nobel tenha acertado ao reconhecer a importância da defesa da democracia, a escolha da venezuelana María Corina Machado para receber o Prêmio Nobel da Paz de 2025 expõe “incoerências e alianças complicadas”.

Atos e declarações questionados

No texto publicado em 10 de outubro de 2025, Chade observa que, nos últimos anos, Machado:

  • assinou documentos ao lado de políticos sul-americanos acusados de apoiar golpes de Estado;
  • recebeu tratamento de destaque de grupos ligados ao franquismo na Espanha;
  • integrou iniciativas que reúnem negacionistas climáticos e divulgadores de desinformação.

O colunista também recorda que a líder opositora dedicou o prêmio ao ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, figura denunciada por supostas ameaças à democracia norte-americana e ataques à imprensa e a tribunais internacionais.

Possíveis impactos regionais

Segundo Chade, a chancela internacional pode abrir espaço para uma eventual intervenção militar dos Estados Unidos na América do Sul, o que traria consequências imprevisíveis para a estabilidade regional.

Relação com Israel e promessa de mudar embaixada

O artigo recorda ainda que, em 2020, Machado assinou acordo de cooperação em “estratégia, geopolítica e segurança” com o governo israelense. Caso vencesse a eleição presidencial na Venezuela, ela teria prometido transferir a embaixada do país de Tel Aviv para Jerusalém.

Democracia venezuelana sob pressão

Chade reforça que organismos independentes da ONU registraram repressão a opositores na Venezuela e que o próprio governo brasileiro reconheceu retrocessos democráticos após as últimas eleições no país. Para o colunista, a luta pela restauração da democracia venezuelana merece reconhecimento global, mas ele questiona se a premiada denunciará, com a mesma veemência, temas como:

  • a tentativa de golpe de Estado no Brasil, atribuída a aliados bolsonaristas;
  • abusos de poder de Trump nos Estados Unidos;
  • ações militares do premiê israelense Benjamin Netanyahu contra palestinos;
  • posições xenófobas de grupos espanhóis que a apoiam.

O texto conclui que a escolha do comitê gera debate sobre quem, de fato, está “nas trincheiras” da defesa democrática.

Com informações de UOL

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