Filmes flexíveis sem cristais emitem luz sob pressão e ampliam horizonte de materiais inteligentes

Pesquisadores do Okinawa Institute of Science and Technology (OIST) demonstraram que materiais amorfos — ou seja, sem estrutura cristalina — podem gerar luz quando submetidos a estímulos mecânicos. O trabalho foi publicado em 28 de outubro de 2025 na revista Chemical Science e derruba a ideia de que a fratura de cristais é indispensável para a mecanoluminescência.

A equipe produziu filmes finos formados por complexos de cobre e outros compostos fotoluminescentes. Os testes incluíram contato-separação, fricção, torção e flexão dos filmes. Ao serem pressionados, esfregados ou dobrados, os materiais emitiram flashes de luz localizados.

Segundo a professora Julia Khusnutdinova, responsável pela Unidade de Química de Coordenação e Catálise do OIST, cristais convencionais perdem a capacidade de emitir luz à medida que se fragmentam, o que limita seu uso prático. “Por isso nos interessamos em sistemas amorfos, com luminescência mais duradoura”, explicou.

Os experimentos indicaram que a ação mecânica cria campos elétricos localizados por eletrificação, capazes de excitar tanto o material quanto o gás ao redor. A equipe também aplicou um revestimento plástico protetor sobre os filmes, comprovando que o fenômeno pode ocorrer sem destruir a amostra.

Dr. Ayumu Karimata, primeiro autor do artigo, ressalta que o estudo mostra ser possível eliminar a etapa de engenharia cristalina ao desenvolver dispositivos mecanoluminescentes. “Nossos resultados abrem um leque de possibilidades em ciência de materiais”, afirmou.

Os autores apontam aplicações em segurança industrial, sensores de deformação, dispositivos flexíveis e outras áreas que se beneficiam de materiais responsivos a estímulos mecânicos.

Com informações de Nanowerk

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