15 de outubro de 2025 ‑ Pesquisadores da Universidade de Surrey, no Reino Unido, criaram microdispositivos que oferecem a primeira visualização em tempo real do interior de uma bateria em funcionamento. A inovação abre caminho para sistemas de armazenamento de energia mais seguros, com vida útil maior e recarga mais rápida.
Os novos instrumentos permitem acompanhar, enquanto a bateria opera, alterações químicas e estruturais que antes permaneciam escondidas. Entre os fenômenos monitorados estão a morfologia de superfície em nanoescala, a composição das interfaces, variações de massa em nível atômico e a formação de gases.
Coordenado pelo Dr. Kai Yang, docente de Materiais Energéticos e Nanotecnologia do Advanced Technology Institute (ATI), o estudo foca justamente nessas “zonas invisíveis” onde ocorrem as reações eletroquímicas críticas. Segundo Yang, entender e controlar essas áreas internas é fundamental para o desempenho, a segurança e a longevidade das baterias.
Além dos dispositivos de observação, a equipe desenvolveu uma série de lab-on-a-chip que acelera testes de novos materiais e arquiteturas. O recurso pode beneficiar baterias destinadas a veículos elétricos, transporte público e armazenamento de energia renovável em grande escala.
Para o diretor do ATI, professor Ravi Silva, “até agora as baterias eram caixas-pretas: medíamos apenas a saída, sem ver o que acontecia dentro”. Ele afirma que a possibilidade de enxergar e ajustar o funcionamento conforme a aplicação se alinha às metas de neutralidade de carbono da universidade.
Imagem: Internet
O grupo de Surrey trabalha em parceria com outras instituições acadêmicas e com as empresas Merrow Scientific, LinkZill e R3V Tech para levar a tecnologia do laboratório ao uso comercial, inclusive em processos químicos sustentáveis e monitoramento ambiental.
Com informações de Nanowerk
