WASHINGTON (EUA), 11 de outubro de 2025 — O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira que pretende aplicar uma tarifa de 100% sobre todas as importações provenientes da China a partir de 1º de novembro. A medida, divulgada em sua conta no Truth Social, soma-se aos tributos já existentes, que variam conforme o produto e têm taxa básica em torno de 40%.
Além do aumento tarifário, Trump afirmou que estabelecerá controles de exportação para qualquer software considerado crítico produzido nos Estados Unidos. O governo não detalhou quais programas ou setores serão afetados.
Reação a restrições chinesas
A decisão norte-americana foi apresentada como resposta ao anúncio de Pequim, feito no início da semana, de endurecer as regras para exportação de minerais de terras raras. A China, principal fornecedora mundial desse insumo fundamental para a produção de semicondutores e painéis solares, passou a exigir licenças específicas para vender ao exterior produtos que contenham mesmo pequenas quantidades desses materiais.
Em sua publicação, Trump classificou a iniciativa chinesa como “absolutamente inédita no comércio internacional” e um “descalabro moral no trato com outras nações”. O presidente acrescentou que o novo patamar tarifário ainda pode ser revisto e que não pretende, por ora, cancelar a reunião agendada com o líder chinês Xi Jinping.
Impacto imediato nos mercados
A perspectiva de tarifas dobradas abalou os mercados financeiros. No fechamento desta sexta, o Dow Jones recuou 1,9%, o S&P 500 caiu 2,71% e o Nasdaq perdeu 3,56%. Empresas de tecnologia sentiram mais fortemente o impacto: Nvidia e Tesla encerraram o dia com baixa em torno de 5%.

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No setor de criptomoedas, o temor de novos entraves comerciais provocou liquidações equivalentes a dez vezes o valor registrado durante o colapso da FTX, segundo analistas do mercado.
Trump não forneceu detalhes sobre eventuais exceções ou prazos de adaptação para as empresas que importam produtos chineses. Representantes do Departamento de Comércio foram procurados, mas não comentaram até o fechamento desta edição.
Com informações de TechCrunch