O acordo de cessar-fogo firmado entre Israel e Hamas, após dois anos de conflito, representa um alívio diante da grave crise humanitária em Gaza, avaliou o professor de direito internacional Manoel Furriella no programa Mercado Aberto, do Canal UOL.
Segundo Furriella, a disputa deixou mais de 67 mil mortos e quase dois milhões de pessoas deslocadas, além de ampla destruição na faixa costeira. “A crise humanitária que se instalou é de enormes proporções; celebrar esse acordo é fundamental”, declarou.
Primeira etapa viável, etapas seguintes incertas
O especialista considera que a fase inicial do plano — que envolve a suspensão das hostilidades — deve avançar, pois já há aval das partes envolvidas. Entretanto, ele vê “grande dificuldade” para colocar em prática fases posteriores, como a administração política de Gaza e a criação de um Estado palestino.
Mediação regional e pressão norte-americana
Furriella destacou o papel de Qatar e Egito na interlocução com o Hamas e com Israel. Para ele, contudo, a mudança de postura decisiva veio de Washington. “A determinação do governo americano de pressionar Israel fez a maior diferença”, afirmou.
Enfraquecimento do Hamas
De acordo com o professor, as sucessivas derrotas militares e a perda de apoio externo — em especial do Irã, que enfrenta dificuldades internas e deixou de abastecer o grupo por rotas que passavam pela Síria — reduziram a capacidade de ação do Hamas.

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Estado palestino encontra resistência
Furriella prevê forte oposição israelense e norte-americana à criação de um Estado palestino, tema previsto em resoluções da ONU desde 1947. “Não vejo possibilidade de avanço a curto prazo”, concluiu.
Com informações de UOL Notícias