A Advanced Micro Devices (AMD) e a OpenAI anunciaram na segunda-feira (6) uma ampliação de parceria que envolve o fornecimento de até 6 gigawatts de capacidade de computação em GPUs Instinct ao longo de vários anos. O acordo, avaliado pela fabricante como gerador de “receita de bilhões de dólares”, será pago de forma pouco convencional: com ações da própria AMD.
Pelo acerto, a OpenAI recebeu warrants que lhe dão direito de comprar até 160 milhões de papéis da companhia. Esses direitos serão liberados em etapas, à medida que metas específicas forem alcançadas — entre elas, faixas de preço para as ações. O último lote só será exercido caso os papéis atinjam US$ 600, patamar que implicaria valor de mercado próximo a US$ 1 trilhão para a AMD. Antes do anúncio, as ações eram negociadas a cerca de US$ 165; no fechamento da segunda-feira, saltaram para US$ 214.
Se todas as metas forem cumpridas e a OpenAI mantiver as ações até o fim do contrato, o valor potencial dos papéis poderia chegar a aproximadamente US$ 100 bilhões, calculou o analista Timothy Arcuri, do UBS, em relatório desta terça-feira (7). Segundo ele, o cenário mais provável, contudo, é que a OpenAI venda parte dos títulos ao longo do tempo para quitar as faturas pelos chips, transformando a operação em um mecanismo de financiamento fornecido pela própria AMD.
Arcuri destaca que a validação dos processadores gráficos da AMD para cargas de trabalho da OpenAI — e, por extensão, de outros clientes de inteligência artificial — compensa o risco financeiro. A empresa, observa o UBS, já conversa com outros compradores em potencial e espera que o selo da OpenAI acelere a adoção de suas GPUs, especialmente entre provedores de nuvem que hoje utilizam os processadores centrais da AMD.
Na prática, quem poderá arcar com a conta são investidores institucionais e de varejo, caso o otimismo empurre as ações para os níveis exigidos pelas metas. Situação semelhante ocorre com a Nvidia, que recentemente anunciou investimento de US$ 100 bilhões na OpenAI, mas em condições inversas: a fabricante de chips ficou com participação na startup, não o contrário.
Imagem: Getty
Mesmo admitindo que o acordo da AMD seja “menos atraente” que o da rival, Arcuri vê na iniciativa um passo importante para que a empresa alcance até 30% de participação no que descreve como uma das maiores expansões de data centers de nova geração já planejadas.
Com informações de TechCrunch
