30 de outubro de 2025 – Uma série de experimentos de alta pressão e temperatura conduzidos por Francesca Miozzi e Anat Shahar, do Carnegie Institution for Science, demonstra que a água pode ser produzida naturalmente no processo de formação de planetas rochosos.
O estudo, publicado na revista Nature com o título “Experiments reveal extreme water generation during planet formation”, simulou a interação entre oceanos de magma e atmosferas primitivas ricas em hidrogênio — condições consideradas comuns nos primeiros estágios de corpos chamados sub-Netunos, os tipos de exoplaneta mais frequentes na Via Láctea.
Para recriar o ambiente de um planeta recém-formado, a equipe comprimiu amostras de material análogo ao manto terrestre entre pontas de diamante, alcançando pressões de até 60 gigapascais (o equivalente a cerca de 600 000 vezes a pressão atmosférica) e temperaturas superiores a 4 000 °C. Nessas condições, o hidrogênio se dissolveu no magma e reagiu com óxidos de ferro, gerando quantidades significativas de água líquida.
Os resultados mostram que grandes volumes de hidrogênio podem ficar armazenados em oceanos de magma enquanto a água se forma, influenciando a composição interna do planeta e possivelmente o desenvolvimento do núcleo e da atmosfera. Segundo Shahar, a presença de água líquida é considerada um fator fundamental para a habitabilidade planetária.
Imagem: Internet
A pesquisa integra o projeto AEThER (Atmospheric Empirical, Theoretical, and Experimental Research), financiado pela Alfred P. Sloan Foundation, que reúne especialistas de diversas áreas para investigar como planetas rochosos podem adquirir condições favoráveis à vida. Participaram também cientistas do Institut de Physique du Globe de Paris (IPGP) e da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA).
Com informações de Nanowerk
