Bending Spoons se torna decacórnio europeu após nova rodada e segue comprando marcas como AOL e Vimeo

Milão — A Bending Spoons, conglomerado italiano de tecnologia fundado há 12 anos, ultrapassou a marca de US$ 10 bilhões em valor de mercado após captar US$ 270 milhões em outubro. O aporte contou com T. Rowe Price, Baillie Gifford, Cox Enterprises, Durable Capital Partners e Fidelity, além de uma venda secundária de ações que movimentou outros US$ 440 milhões.

Com a valorização, o CEO Luca Ferrari passou a deter participação avaliada em US$ 1,4 bilhão. Os cofundadores Matteo Danieli, Luca Querella e Francesco Patarnello possuem cotas estimadas em US$ 1,3 bilhão cada, segundo dados do Registro Empresarial da Itália compilados pela revista Forbes.

Estratégia de comprar, reestruturar e manter

Distante do perfil de fundos de private equity tradicionais, a Bending Spoons foca em adquirir negócios digitais populares porém estagnados, para então redesenhá-los e mantê-los em carteira por tempo indeterminado. O processo costuma envolver mudanças profundas em experiência do usuário, tecnologia, modelo de cobrança e estrutura de pessoal — frequentemente com cortes.

O grupo afirma já somar mais de 300 milhões de usuários ativos mensais, 10 milhões de pagantes e um histórico de mais de 1 bilhão de pessoas atendidas por seus produtos.

Origem e primeiros passos

A companhia nasceu dos escombros da Evertale, startup de Copenhague que exibiu o app de fotos Wink no TechCrunch Disrupt 2011. Após o fracasso da Evertale, fundadores e alguns colaboradores permaneceram juntos em Milão, primeiro criando aplicativos próprios e, pouco depois, fazendo sua primeira aquisição.

Entre raras exceções à regra de compra, a empresa desenvolveu em 2020 o Immuni, aplicativo oficial de rastreamento da COVID-19 na Itália, disponibilizado sem custos ao governo.

Principais aquisições e seus desdobramentos

  • 2022 — Filmic: apps de foto e vídeo; toda a equipe foi demitida em dezembro de 2023.
  • 2023 — Evernote: concluída no início do ano; reduções de pessoal e limitação do plano gratuito.
  • 2024 — Meetup, Mosaic Group e StreamYard: comprados no primeiro semestre.
  • Julho/2024 — Issuu e WeTransfer: aquisição do serviço de transferência de arquivos resultou em cortes de equipe e restrições ao plano grátis.
  • 2024 — Brightcove: acordo de US$ 233 milhões para fechamento de capital.
  • 2025 — Komoot e Harvest: adicionados ao portfólio neste ano.
  • 2025 — Vimeo: proposta de US$ 1,38 bilhão em dinheiro; aguarda aval de acionistas.
  • 2025 — AOL: compra anunciada da marca hoje controlada pela Yahoo; valores não divulgados.

Quando revelou a negociação por AOL, a Bending Spoons destacou que o serviço de e-mail ainda figura entre os dez mais usados do mundo, com 8 milhões de usuários diários e 30 milhões mensais.

Financiamento e nomes de peso

Além do novo aporte acionário, a empresa contratou US$ 2,8 bilhões em linhas de crédito para financiar a compra da AOL e futuras aquisições. A lista de investidores inclui nomes de destaque como Andre Agassi, Bradley Cooper, Eric Schmidt, Mike Krieger, Xavier Niel, The Weeknd, The Chainsmokers e Maluma.

Contratações em ritmo acelerado

Com quadro entre 400 e 500 funcionários, chamados internamente de “Spooners”, a companhia mantém vagas abertas em Milão e oferece posterior migração para escritórios em Londres, Madri, Varsóvia ou formato remoto. Em 2025, já recebeu mais de 600 mil inscrições, número que pode aumentar com a nova leva de aquisições.

A Bending Spoons afirma que continuará buscando empresas de consumo e de software corporativo que possam se beneficiar de sua tecnologia proprietária e de recursos em inteligência artificial.

Com informações de TechCrunch

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