São Francisco, 4 de novembro de 2025 (terça-feira) – A Amazon encaminhou uma notificação extrajudicial à Perplexity exigindo a retirada do Comet, assistente de compras com inteligência artificial, de seu marketplace. As duas empresas confirmaram o envio da carta nesta terça-feira.
De acordo com a Amazon, o Comet descumpre os termos de uso da plataforma por não se identificar como agente automatizado enquanto realiza buscas e compras em nome de usuários. A gigante do comércio eletrônico afirmou ter advertido a startup várias vezes antes de recorrer ao documento legal.
Em publicação intitulada “Bullying não é inovação”, a Perplexity classificou o aviso como “ameaça jurídica agressiva”. A empresa alega que, por atuar sob comando do consumidor, o agente virtual deveria ter as mesmas permissões atribuídas a um usuário humano, dispensando identificação explícita como robô.
A Amazon rebate argumentando que outros serviços terceirizados, como aplicativos de entrega de alimentos, prestadores de logística e agências de viagem online, identificam claramente seus agentes ao interagir com parceiros comerciais. “Aplicações que realizam compras em nome de clientes devem operar de forma transparente e respeitar a decisão dos provedores de serviço sobre participar ou não”, diz a nota da companhia.
A varejista também sinalizou a possibilidade de bloquear o Comet ou qualquer outro comprador automatizado que não siga essas regras — posição sensível, já que a Amazon desenvolve seu próprio assistente de compras, o Rufus.
Para a Perplexity, a exigência visa preservar o modelo de negócios da Amazon baseado em publicidade e promoção de produtos. A startup argumenta que um bot focado apenas em cumprir a tarefa do usuário não seria influenciado por anúncios ou itens em destaque.
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Não é a primeira vez que a Perplexity enfrenta questionamentos sobre sua atuação. Meses atrás, pesquisa da Cloudflare apontou que a empresa coletava dados de sites que haviam bloqueado rastreadores de IA, supostamente mascarando sua identidade. Na ocasião, defensores da startup alegaram que o comportamento replicava a navegação de um usuário comum.
Para observadores do setor, o caso pode definir como plataformas de comércio eletrônico e outros serviços online lidarão com agentes automatizados que intermediem compras, reservas e outras atividades em nome de consumidores.
Com informações de TechCrunch


