Washington, 29 de setembro de 2025 – O senador Ted Cruz (Republicano do Texas) bloqueou, na noite de segunda-feira, uma proposta de lei que buscava garantir a todos os residentes dos Estados Unidos as mesmas salvaguardas de privacidade já aprovadas para autoridades federais.
O texto, identificado como S.2850, foi apresentado em plenário pelo senador Ron Wyden (Democrata do Oregon), que solicitou aprovação por consentimento unânime. A medida transferiria para toda a população as proteções bipartidárias recentemente concedidas a congressistas, servidores públicos e seus familiares contra a comercialização de dados pessoais por corretores de informação.
“Os membros do Congresso não devem receber tratamento especial. Nossos eleitores merecem proteção contra violência, perseguição e outras ameaças criminais”, afirmou Wyden no Senado. Segundo o parlamentar, ampliar o alcance da lei seria também a forma mais eficaz de resguardar militares e agentes de inteligência, inclusive aqueles em missões clandestinas.
Cruz foi o único senador a se opor. Sem apresentar evidências, ele alegou que a proposta poderia atrapalhar atividades policiais, como a localização de agressores sexuais. Por causa da objeção, o projeto não avançou.
Empresas de corretagem de dados formam um mercado multibilionário que lucra com a coleta e venda de informações pessoais, financeiras e de localização obtidas de celulares e outros dispositivos conectados. Governos podem adquirir esses dados sem necessidade de mandado judicial, o que levanta críticas de especialistas em privacidade. Brechas de segurança e vazamentos também são frequentes, e dados comprados de corretores já foram usados para expor endereços de vítimas ‑ inclusive em casos recentes relacionados ao assassinato de dois parlamentares estaduais de Minnesota.

Imagem: Internet
Após o primeiro veto, Wyden apresentou um segundo texto para estender as proteções federais a autoridades estaduais, suas equipes e sobreviventes de violência doméstica ou agressão sexual. Cruz igualmente barrou essa iniciativa, afirmando que “ainda não está resolvido” qual seria o alcance ideal das garantias, embora tenha dito ter interesse em ampliá-las “na maior medida viável e prática”.
Com informações de TechCrunch