O temor de uma nova crise de crédito mexeu com Wall Street na quinta-feira passada (16), mas o pânico durou pouco. Após notícias de fraudes e calotes envolverem grandes e pequenos bancos, os investidores voltaram a comprar ações já na sexta-feira (17) e retomaram o otimismo na segunda-feira (20).
Falências acendem alerta
Duas quebras no setor automotivo abriram a sequência de más notícias. A First Brands, fornecedora de autopeças acusada de fraude, e a Tricolor, financiadora de veículos subprime, pediram falência, levantando dúvidas sobre a exposição dos grandes bancos ao segmento de crédito privado, menos regulado.
Em teleconferência com analistas, o presidente do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, revelou uma perda de US$ 170 milhões ligada à Tricolor e afirmou que, “quando se vê uma barata, geralmente há mais”, sugerindo a possibilidade de outros problemas escondidos.
Bancos regionais relatam fraude
No mesmo dia, os regionais Zions Bancorp e Western Alliance comunicaram ter sido vítimas de fraude em empréstimos atrelados a hipotecas comerciais em dificuldades. A revelação derrubou as ações do setor e trouxe à memória a crise financeira de 2008.
Reação rápida do mercado
Apesar do susto, o cenário mudou em poucas horas. Na sexta-feira, investidores viram oportunidade para “comprar na baixa”. Já na segunda, o clima melhorou ainda mais após a Casa Branca indicar avanço para encerrar a paralisação do governo e em meio ao início forte da temporada de balanços corporativos. A expectativa de que o Federal Reserve corte juros na próxima semana reforçou o apetite por risco.

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Casos isolados ou sinal de algo maior?
Analistas consultados avaliaram que as falências da Tricolor e da First Brands, assim como as fraudes nos dois bancos regionais, parecem eventos pontuais ligados a falhas de gestão de risco. “É justo ficar atento, mas não há motivo para assumir o pior agora”, disse Steve Sosnick, estrategista-chefe da Interactive Brokers. Ele alertou, porém, que o mercado pode estar subestimando o problema caso surjam novos casos: “Se houver mais baratas, aí o quadro se torna sistêmico”.
Por enquanto, os investidores preferem focar nos bons resultados de empresas de tecnologia e na expectativa de alívio monetário, enquanto mantêm os olhos abertos para possíveis novos sinais de turbulência no mercado de crédito privado.
Com informações de CNN Business