O governo de Portugal oficializou neste domingo, 21 de setembro de 2025, o reconhecimento do Estado da Palestina. O anúncio foi feito em Nova York pelo ministro das Relações Exteriores, Paulo Rangel, na sede da missão portuguesa junto às Nações Unidas.
Decisão alinhada à política externa portuguesa
Rangel descreveu a medida como “uma linha fundamental, constante e essencial” da política externa do país. Ele reforçou que Lisboa apoia a solução de dois Estados como “único caminho” para uma paz duradoura entre israelenses e palestinos, defendeu um cessar-fogo imediato e afirmou que o Hamas não deve exercer controle em Gaza ou em qualquer outro território palestino. O ministro também cobrou a libertação de todos os reféns.
Reconhecimentos em série
A decisão portuguesa foi anunciada poucas horas depois de Reino Unido, Austrália e Canadá adotarem o mesmo posicionamento.
- Reino Unido – O primeiro-ministro Keir Starmer publicou na rede X que o país “reconhece formalmente o Estado da Palestina” para restabelecer a esperança de paz. Em julho, Starmer havia prometido formalizar o ato durante a Assembleia Geral da ONU.
- Canadá – O premiê Mark Carney declarou que Ottawa oferece cooperação “para construir um futuro pacífico” tanto para palestinos quanto para israelenses. Reino Unido e Canadá tornam-se os primeiros membros do G7 a reconhecer a Palestina.
- Austrália – O primeiro-ministro Anthony Albanese afirmou que o reconhecimento reflete “o compromisso histórico” de Camberra com a solução de dois Estados e responde às aspirações legítimas do povo palestino.
Maioria dos países da ONU já apoia
Com as quatro novas adesões, mais de 140 dos 193 Estados-membros da ONU passaram a reconhecer formalmente a Palestina. A lista cresceu desde o início da guerra em Gaza, em 2022, e hoje inclui Espanha, Noruega, Eslovênia, Brasil e diversas nações da América Latina e do Caribe.
Na Europa, França e Bélgica manifestaram intenção de adotar a mesma postura, reduzindo o grupo que ainda não reconhece o Estado palestino — onde permanecem Alemanha, Itália, Áustria e os países bálticos. Nas Américas, Estados Unidos e Panamá seguem sem o reconhecimento.
Histórico de apoios
O reconhecimento palestino começou a ganhar força em novembro de 1988, quando a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) proclamou a independência. Desde então, países da Ásia Central, África, América do Sul e Caribe oficializaram laços diplomáticos. O Brasil reconheceu a Palestina em 2010, dentro das fronteiras de 1967, com Jerusalém Oriental como capital.

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Entre 2024 e 2025, Espanha, Irlanda, Noruega, Eslovênia, Bahamas, Trinidad e Tobago, Jamaica e Barbados se somaram à lista, enquanto Colômbia e Bolívia intensificaram o apoio, chegando a romper relações diplomáticas com Israel.
Com o movimento liderado agora por Portugal, Reino Unido, Austrália e Canadá, a pressão internacional sobre Israel cresce e reforça a posição de que a criação de um Estado palestino é essencial para encerrar o conflito.
Com informações de g1