FTC acusa app Sendit de enganar crianças e coletar dados ilegalmente

A Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos (FTC) entrou com uma ação contra o Sendit, aplicativo de perguntas anônimas popular entre a Geração Z, por coletar dados de crianças sem consentimento dos pais, enganar usuários sobre a origem das mensagens recebidas e induzir compras recorrentes de assinaturas.

De acordo com a queixa apresentada, o Sendit — integrado a Instagram, TikTok e Snapchat — enviava mensagens provocativas falsas, como “você ficaria comigo?” ou “já usou drogas?”, fazendo os usuários acreditarem que vinham de amigos. Para descobrir o suposto remetente, era oferecida a assinatura “Diamond Membership” por US$ 9,99. A FTC afirma que o aplicativo não deixava claro que se tratava de uma cobrança semanal automática.

Se o usuário pagasse para revelar o autor de uma mensagem criada pelo próprio aplicativo, recebia informação falsa. Segundo o órgão regulador, essa prática configurava engano deliberado.

Coleta de dados de menores

A FTC também acusa a controladora Iconic Hearts de violar a Lei de Proteção à Privacidade Online das Crianças (COPPA). Em 2022, mais de 116 mil usuários declararam ter menos de 13 anos, mas a empresa não notificou nem obteve autorização dos responsáveis antes de recolher dados como nomes, idades e contatos.

Histórico de controvérsias

Aplicativos semelhantes, como YOLO e LMK, foram suspensos no Snapchat em 2021 após um processo relacionado ao suicídio de um menor. Na ocasião, o Sendit registrou 3,5 milhões de downloads, preenchendo o espaço deixado pelos concorrentes.

No mesmo ano, reportagens apontaram que tanto Sendit quanto LMK usavam mensagens automáticas para estimular compras dentro do app. Usuários também reclamaram, na App Store, de anúncios do “Sendit Reveal”, que prometia revelar identidades anônimas remetentes.

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Imagem: Internet

Em 2022, o fundador do Sendit, Hunter Rice, rechaçou críticas e chamou as denúncias de “caça a cliques”. No mesmo período, a empresa processou a rival NGL, acusando-a de copiar o modelo das perguntas anônimas falsas; NGL acabou abandonando a prática para permanecer nas lojas de aplicativos.

A FTC pede à Justiça que proíba o Sendit de continuar coletando dados de menores sem consentimento parental, determine reembolsos aos consumidores e aplique outras sanções consideradas cabíveis.

Com informações de TechCrunch

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