A BMW confirmou que mantém planos para ampliar o uso do combustível renovável HVO100 em seus motores a combustão, mas admite que a viabilidade dependerá das regras de contabilização de emissões na Europa. A declaração foi feita por Bernd Körber, chefe de gerenciamento de produto da montadora, em conversa recente com jornalistas.
Regulamentos serão decisivos
Segundo Körber, a empresa já pode adaptar seus propulsores ao HVO100, porém o avanço do projeto passa por um ponto crucial: se o combustível será reconhecido nos cálculos oficiais de consumo de frota. “Você precisa saber se vai contar. Isso faz enorme diferença não só para a BMW, mas para grandes frotas”, afirmou o executivo.
O que é HVO100
O HVO100 (Hydrotreated Vegetable Oil) é um diesel parafínico produzido a partir de resíduos de óleos vegetais e gorduras, capaz de reduzir até 90% das emissões de CO₂ no ciclo de vida. Em alguns mercados europeus, como Suécia e Países Baixos, o combustível já é oferecido em postos e pode ser usado diretamente em motores compatíveis sem modificações adicionais.
Abastecimento de fábrica a partir de 2025
A partir de 1º de janeiro de 2025, todos os modelos a diesel produzidos pela BMW na Alemanha sairão da linha de montagem abastecidos com HVO100. O plano foi confirmado pelo CEO Oliver Zipse, que classificou a iniciativa como parte da estratégia de sustentabilidade do grupo.
A mudança abrangerá os motores modulares da família B — B37 (3 cilindros), B47 (4 cilindros) e B57 (6 cilindros) — certificados pela norma EN 15940. Entre os veículos compatíveis estão do Série 1 114d ao Série 8 840d xDrive, além dos utilitários X5, X6 e X7. Os proprietários poderão reabastecer o carro com HVO100 ou com diesel convencional sem ajustes mecânicos.

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Olho nos e-fuels
A BMW também acompanha o desenvolvimento de combustíveis sintéticos produzidos a partir de eletricidade renovável, CO₂ capturado e hidrogênio. Embora outras marcas, como a Porsche, invistam mais agressivamente no segmento, a montadora de Munique avalia que custos e reconhecimento regulatório serão determinantes para a adoção em larga escala.
Para Körber, a tecnologia está pronta, mas a decisão final virá das regras de emissões. Caso governos passem a considerar o impacto ambiental dos combustíveis renováveis no cálculo de metas, a BMW pretende ampliar o uso do HVO100 e de outros substitutos fósseis. Se isso não ocorrer, a eletrificação continuará sendo a principal rota para cumprir as exigências ambientais.
Com informações de BMW Blog