A Periodic Labs, startup fundada pelo ex-pesquisador da OpenAI Liam Fedus e pelo ex-cientista do Google Brain Ekin Dogus Cubuk, saiu do modo stealth no mês passado com um aporte seed de US$ 300 milhões. A rodada foi liderada pela Felicis e contou com nomes de peso entre fundos e investidores-anjo.
Fedus, conhecido por integrar a equipe que criou o ChatGPT e por chefiar o time de pós-treinamento na OpenAI, conversou com Cubuk há cerca de sete meses sobre a viabilidade de automatizar descobertas em ciência de materiais com inteligência artificial. Cubuk, referência em aprendizado de máquina e ciência de materiais, avaliou que três avanços tornaram o momento oportuno: braços robóticos confiáveis para síntese de pós, simulações de IA mais eficientes e modelos de linguagem com maior capacidade de raciocínio.
O plano do duo é integrar simulações que identifiquem novos compostos, robôs que misturem materiais e modelos de linguagem capazes de analisar resultados e sugerir ajustes. Uma pesquisa de 2023 liderada por Cubuk já havia demonstrado o conceito, criando 41 compostos inéditos em um laboratório totalmente automatizado.
Corrida dos investidores
A saída de Fedus da OpenAI, anunciada em março de 2025 no X (ex-Twitter), desencadeou uma disputa entre fundos. Segundo os fundadores, a própria OpenAI não participa do capital da Periodic Labs. O primeiro contato foi feito por Peter Deng, ex-colega de Fedus na OpenAI e hoje sócio da Felicis, que se comprometeu a investir durante uma caminhada nas colinas de Noe Valley, em San Francisco.
Além da Felicis, investiram Andreessen Horowitz, DST, NVentures (braço de capital de risco da NVIDIA) e Accel. Entre os anjos estão Jeff Bezos, Elad Gil, Eric Schmidt e Jeff Dean.
Equipe e metas
Com o capital, a Periodic Labs contratou mais de duas dezenas de especialistas, incluindo Alexandre Passos (criador dos modelos o1 e o3), o cientista de materiais Eric Toberer e Matt Horton, responsável por duas ferramentas de IA aplicada à ciência de materiais na Microsoft. Toda semana, um membro apresenta uma aula avançada para alinhar conhecimentos entre IA e física.

Imagem: Internet
A empresa já montou seu laboratório, trabalha com dados experimentais e testes de simulação e tem como missão inicial descobrir novos materiais supercondutores — potencial chave para tecnologias de alta potência e menor consumo de energia. Os braços robóticos ainda estão em treinamento.
Embora reconheça que a pesquisa científica raramente oferece garantias rápidas, a Periodic Labs aposta que mesmo experimentos mal-sucedidos gerarão dados valiosos para treinar novos modelos e acelerar futuras descobertas.
Com informações de TechCrunch