JERUSALÉM / SHARM EL-SHEIKH, 13 de outubro de 2025 – Vinte reféns israelenses mantidos vivos na Faixa de Gaza devem ser libertados nesta segunda-feira (13) como parte do cessar-fogo negociado entre Israel e Hamas. A expectativa é de que a liberação ocorra pela manhã, poucas horas antes da chegada do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a Israel.
Cúpula no Egito vai formalizar a trégua
Segundo fonte diplomática ouvida pela agência AFP, Estados Unidos, Egito, Catar e possivelmente Turquia assinarão um documento que garante o acordo durante uma cúpula em Sharm el-Sheikh, estação balneária egípcia no mar Vermelho. O encontro será copresidido por Trump e pelo presidente egípcio, Abdel-Fattah el-Sissi, e deve contar com representantes de mais de 20 países. O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, confirmou presença; o Irã foi convidado, mas informou que não comparecerá.
Agenda de Trump
O líder norte-americano partiu no fim de domingo rumo a Jerusalém, onde falará no Knesset e se reunirá com famílias dos sequestrados. Ao embarcar no Air Force One, declarou que “a guerra acabou” e manifestou confiança na manutenção do cessar-fogo. Após a agenda em Israel, Trump seguirá para o Egito para a assinatura do acordo.
Troca de prisioneiros
Israel afirmou estar pronta para receber todos os 20 reféns simultaneamente. Em troca, libertará cerca de 2.000 prisioneiros palestinos e repatriará os restos mortais de 28 sequestrados que morreram em cativeiro. Fontes próximas às negociações disseram que o Hamas insiste na soltura de sete líderes palestinos como parte do pacote.
Situação humanitária
O cessar-fogo, em vigor há três dias, permitiu a entrada de dezenas de caminhões de ajuda. A ONU informou que gás de cozinha chegou a Gaza pela primeira vez desde março, além de carregamentos de farinha, frutas e carne. Organizações humanitárias preparam uma operação para ampliar rapidamente o fluxo de suprimentos. Enquanto isso, milhares de palestinos seguem rumo ao norte, em direção às ruínas da Cidade de Gaza, na esperança de que a trégua seja duradoura.
Números do conflito
O Ministério da Saúde de Gaza calcula em 67.806 os palestinos mortos e 170.066 os feridos desde 7 de outubro de 2023, a maioria civis, incluindo mulheres e crianças. Do lado israelense, autoridades admitem que alguns reféns podem nunca ser recuperados, como afirmou o vice-presidente dos EUA, JD Vance, à Fox News.

Imagem: Internet
Repercussão internacional
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse esperar que o modelo de trégua entre Israel e Hamas inspire um acordo semelhante para encerrar a guerra em seu país. Em Teerã, o chanceler iraniano Abbas Araghchi justificou a ausência do Irã na cúpula, alegando que “não é possível dialogar com quem continua a sancionar e ameaçar o povo iraniano”.
Com a libertação dos reféns e a assinatura do documento no Egito, mediadores internacionais apostam que o conflito possa chegar ao fim definitivo ainda esta semana.
Com informações de The Guardian