Stoke Space anunciou nesta quarta-feira (9) uma rodada Série D de US$ 510 milhões, valor que destaca a crescente dependência dos novos provedores de lançamentos espaciais do orçamento de defesa dos Estados Unidos.
O aporte foi liderado pelo U.S. Innovative Technology (USIT), fundo criado em 2023 pelo bilionário Thomas Tull para investir em tecnologias consideradas estratégicas para a segurança nacional. Também participaram Washington Harbour Partners LP e General Innovation Capital Partners.
Foco em contratos governamentais
A entrada de um investidor voltado à área de defesa reflete uma tendência já percebida no setor. Embora ainda exista demanda comercial — de constelações privadas a iniciativas de manufatura no espaço —, a maior parte das oportunidades hoje vem do governo dos EUA.
Programas como o National Security Space Launch (NSSL), da Força Espacial, e a constelação de satélites de defesa antimísseis da Space Development Agency oferecem contratos de alto valor e longa duração. Além disso, iniciativas recentes, como o projeto Golden Dome do Pentágono, que prevê um escudo antimísseis sobre o território continental norte-americano, injetam bilhões de dólares no setor aeroespacial.
Participação da Stoke em projetos militares
Em março, a Stoke foi escolhida para o NSSL Phase 3 Lane 1, que permite à empresa disputar até US$ 5,6 bilhões em lançamentos na próxima década. Na nota oficial sobre a rodada, a companhia afirmou que os recursos fortalecerão “a capacidade em toda a base industrial espacial dos Estados Unidos”.

Imagem: Internet
Movimentações semelhantes no mercado
Outras startups de lançamento seguem caminho parecido. A Firefly adquiriu recentemente a SciTec por US$ 855 milhões, negócio justificado como forma de ampliar a participação em missões de defesa. A Relativity Space, agora controlada pelo ex-CEO do Google Eric Schmidt, também tem reforçado seu posicionamento estratégico diante da competição com a China.
O próprio USIT mantém em seu portfólio empresas ligadas à resiliência nacional, como a desenvolvedora de sistemas autônomos Shield AI e a fabricante de robôs industriais Gecko Robotics. A inclusão da Stoke consolida a presença do segmento espacial na interseção entre capital de risco e orçamento militar.
Com informações de TechCrunch