A indústria de tecnologia avança em ritmo acelerado para fornecer a capacidade de computação exigida por modelos de inteligência artificial, puxando uma onda de investimentos que pode chegar a US$ 4 trilhões até 2030, segundo estimativa do CEO da Nvidia, Jensen Huang. Grandes empresas disputam contratos e constroem centros de dados próprios para atender à crescente demanda.
Microsoft e OpenAI
O movimento ganhou força em 2019, quando a Microsoft aportou US$ 1 bilhão na então organização sem fins lucrativos OpenAI e tornou-se provedora exclusiva de nuvem para a companhia. A injeção de recursos, cada vez mais na forma de créditos Azure, somou quase US$ 14 bilhões nos anos seguintes. Em janeiro de 2025, a OpenAI rompeu a exclusividade: a Microsoft passou a ter apenas direito de preferência sobre novas demandas, enquanto buscava modelos de outras empresas para seus próprios produtos de IA.
Nvidia injeta US$ 100 bilhões
Em setembro de 2025, a OpenAI voltou ao mercado e recebeu US$ 100 bilhões da Nvidia, destinados à compra de GPUs da fabricante, reforçando a capacidade de treinamento de modelos.
Amazon, Google e outras parcerias
Seguindo o modelo de união entre fornecedores de nuvem e desenvolvedores de IA, a Anthropic recebeu US$ 8 bilhões da Amazon, que realizou ajustes de baixo nível no hardware para otimizar o treinamento. A Google Cloud tornou-se parceira primária de empresas menores, como Lovable e Windsurf, sem aporte financeiro direto.
Oracle firma contratos gigantescos
Em 30 de junho de 2025, a Oracle comunicou à SEC um acordo de US$ 30 bilhões em serviços de nuvem com a OpenAI, valor superior à receita anual de nuvem da própria Oracle no exercício anterior. Poucos meses depois, em 10 de setembro, a companhia anunciou um segundo contrato de cinco anos, no montante de US$ 300 bilhões, também com início previsto para 2027. A notícia impulsionou as ações da empresa e, temporariamente, colocou o fundador Larry Ellison no topo do ranking dos mais ricos do mundo.
Meta investirá US$ 600 bilhões até 2028
Com infraestrutura própria já consolidada, a Meta prevê desembolsar US$ 600 bilhões em instalações nos Estados Unidos até o fim de 2028. No primeiro semestre de 2025, o gasto adicional foi de US$ 30 bilhões, influenciado por um contrato de US$ 10 bilhões com a Google Cloud e pela construção de dois grandes data centers.
O complexo Hyperion, em um terreno de 2.250 acres na Louisiana, exigirá US$ 10 bilhões e deve entregar 5 GW de potência, contando com energia de uma usina nuclear local. Já o centro Prometheus, em Ohio, deve entrar em operação em 2026, abastecido por gás natural.

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Impacto ambiental e xAI
A busca por energia tem custo ambiental. A xAI, de Elon Musk, ergueu um data center híbrido com geração própria em South Memphis, Tennessee. Turbinas a gás natural transformaram o complexo em um dos maiores emissores de poluentes do condado, segundo especialistas que apontam possíveis violações da Lei do Ar Limpo.
Stargate: joint venture de US$ 500 bilhões
Dois dias após assumir o segundo mandato, o presidente Donald Trump anunciou o projeto Stargate, parceria entre SoftBank, OpenAI e Oracle para investir US$ 500 bilhões em infraestrutura de IA nos EUA. Pelo plano, a SoftBank financiaria, a Oracle cuidaria da construção e a OpenAI forneceria conhecimento técnico, enquanto Trump prometia remover entraves regulatórios. Elon Musk questionou a existência dos recursos.
Em agosto de 2025, a Bloomberg informou dificuldades de consenso entre os parceiros, mas oito data centers começaram a ser erguidos em Abilene, Texas. A conclusão do último prédio está prevista para o fim de 2026.
Com informações de TechCrunch