Volatilidade cresce nas bolsas, mas especialistas aconselham manter plano de investimento de longo prazo

Nova York – As ações norte-americanas rondam patamares recordes, mas a instabilidade voltou a ganhar força com o recrudescimento das tensões comerciais entre Estados Unidos e China. Ao mesmo tempo, ouro e prata — tradicionais refúgios em períodos de incerteza — avançam com vigor.

Investidores também demonstram preocupação com indícios de bolha em empresas de inteligência artificial e turbulências no mercado de crédito. Apesar do cenário nebuloso, consultores financeiros recomendam calma e disciplina, especialmente para quem busca resultados no longo prazo.

Foco nos fundamentos

“Investir bem costuma ser entediante”, resume Jared Gagne, gestor de patrimônio da Claro Advisors. Em vez de tentar prever o próximo recuo, ele defende manter uma estratégia pautada por fundamentos e metas pessoais.

Segundo Gagne, uma carteira clássica inclui 60% em ações, 30% em títulos de renda fixa, 5% em commodities como ouro e 5% em caixa. O especialista sugere rebalancear periodicamente: quando um setor cresce além da meta, o investidor pode reduzir a posição apenas até o nível desejado, sem sair completamente do ativo.

Perfil de risco e diversificação

Perfis mais jovens, com tempo para recuperar eventuais perdas, tendem a suportar maior exposição a ações. Já quem está perto da aposentadoria deve priorizar renda fixa e aplicações de curto prazo, como títulos do Tesouro norte-americano, afirma Ryan Kenny, gestor da Crestwood Advisors.

“É essencial que a estratégia esteja alinhada aos objetivos financeiros, baseada em qualidade e diversificação, para atravessar a volatilidade inerente aos mercados”, acrescenta Kenny.

Disciplina de aportes

Prática conhecida como dollar cost averaging — comprar ativos em intervalos regulares — ajuda a suavizar oscilações, observa Tim Thomas, diretor-de-investimentos da Badgley Phelps Wealth Managers. “Isso cria disciplina e evita decisões tomadas no calor do momento”, diz.

Evitar o “timing” de mercado

Desde abril, o índice S&P 500 acumula alta de 30%. Quem vendeu durante a correção daquele mês perdeu esses ganhos, lembra Sam Stovall, estrategista-chefe da CFRA Research. Para acertar o ponto exato de saída e de retorno, seria preciso estar certo duas vezes, algo “extremamente raro”, afirma.

Dados históricos mostram que, desde a Segunda Guerra Mundial, o S&P 500 leva em média quatro meses para recuperar quedas de até 20%. “Investidores que priorizam o tempo de permanência no mercado, e não o momento da entrada ou saída, tendem a ter mais sucesso”, conclui Gagne.

Independentemente da estratégia escolhida, especialistas concordam em um ponto: manter a cabeça fria e seguir um método repetível é decisivo para alcançar os objetivos financeiros.

Com informações de CNN Business

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