São Paulo – A segunda-feira, 22 de setembro, registrou fenômenos climáticos opostos no estado de São Paulo. Enquanto a capital e a Região Metropolitana enfrentaram chuvas intensas com ventos fortes, municípios do interior foram tomados por uma nuvem de poeira levantada pela ventania.
Capital vira noite às 14h
Por volta das 14h, uma frente de chuva chegou à cidade de São Paulo e reduziu drasticamente a visibilidade. Imagens mostram a nuvem avançando sobre prédios da Zona Oeste e deixando o céu cinza-escuro em poucos segundos.
No Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul, parte do saguão próximo ao portão 4 ficou alagada. A administradora Aena informou que o terminal manteve operações, mas houve cancelamentos e alternâncias de voos devido às condições meteorológicas.
Na Estação Brás, da CPTM, no Centro, um trecho do teto cedeu e a água da chuva caiu no saguão. A queda de árvores atingiu avenidas como a Paulista e outros bairros, e mansões foram destelhadas.
A Enel estimou 900 mil imóveis sem energia na Grande São Paulo. A Defesa Civil classificou o alerta como “severo” e enviou mensagens de SMS orientando moradores a buscar abrigo diante do risco de quedas de árvores e destelhamentos.
Poeira cobre cidades do interior
No interior, a combinação de solo ressecado por uma massa de ar seco e a chegada de frentes frias provocou ventania com rajadas de até 86 km/h em Lençóis Paulista. A poeira suspensa formou uma tempestade de areia que derrubou árvores, postes e estruturas metálicas, deixando cerca de 20 mil residências sem energia e interrompendo o abastecimento de água em alguns bairros.
Em Araçatuba, duas caixas-d’água foram arrancadas de um prédio em construção. Uma van da Secretaria de Saúde de Alto Alegre tombou às margens da rodovia SP-463 por causa das rajadas, e a prefeitura suspendeu o expediente no Paço Municipal por falta de energia.
Imagem: Internet
Botucatu registrou a queda de um reservatório metálico sobre um poste; o equipamento quase atingiu estabelecimentos comerciais. Em Fernandópolis, parte do forro de uma sala de aula cedeu durante a chuva com vento, mas ninguém se feriu.
Catanduva contabilizou 27 quedas de árvores e a derrubada de um outdoor, com interrupção temporária de energia. Em São José do Rio Preto, o Corpo de Bombeiros atendeu 11 ocorrências relacionadas a árvores caídas.
Eventos extremos podem se repetir
Especialistas ouvidos pelo g1 alertam que episódios de chuva severa e tempestades de poeira tendem a se tornar mais frequentes no estado. Estudos citados apontam possibilidade de aumento de até 6 °C na temperatura média paulista até 2050, com mais dias quentes e precipitações intensas, cenários agravados pela urbanização acelerada e pela impermeabilização do solo.
As equipes da Defesa Civil seguem monitorando as áreas afetadas tanto na capital quanto no interior.
Com informações de g1
