Segurança de Bolsonaro: PF avalia risco de fuga para embaixada dos EUA

Segurança de Bolsonaro: PF avalia risco de fuga para embaixada dos EUA

Análise da Polícia Federal sobre a residência de Bolsonaro

A Polícia Federal (PF) conduziu uma minuciosa análise de segurança na residência do ex-presidente Jair Bolsonaro em Brasília, identificando potenciais riscos de fuga. O estudo, que contou com o auxílio de drones, revelou que a localização e as características do condomínio onde Bolsonaro cumpre prisão domiciliar poderiam facilitar uma possível tentativa de evasão para a embaixada dos Estados Unidos, localizada a poucos minutos dali.

O relatório destacou que a residência de Bolsonaro possui dois vizinhos laterais e três nos fundos. Embora a presença de policiais no perímetro externo pudesse impedir uma fuga pelos muros laterais, a visibilidade reduzida nos fundos da propriedade representaria uma vulnerabilidade significativa. Essa área dá acesso aos jardins das casas vizinhas, criando um potencial caminho de fuga.

Estratégias de evasão e o papel da tornozeleira eletrônica

A possibilidade de Bolsonaro se esconder em um veículo de terceiros e sair pela portaria do condomínio sem ser revistado foi uma das estratégias identificadas pela PF. Os veículos que entram e saem do condomínio Solar de Brasília não são submetidos a inspeções rigorosas, o que poderia facilitar uma fuga discreta.

Além disso, a PF expressou preocupação com a eficácia da tornozeleira eletrônica, que, embora seja uma medida de monitoramento, não impediria fisicamente a movimentação do ex-presidente. A proximidade da embaixada dos EUA, a cerca de dez minutos de distância, torna essa possibilidade ainda mais preocupante, pois uma vez dentro da embaixada, a situação jurídica se complicaria, trazendo implicações diplomáticas imediatas.

Reações e medidas propostas

Diante dessas preocupações, a PF solicitou autorização para que agentes pudessem permanecer dentro da casa de Bolsonaro 24 horas por dia, com o intuito de eliminar qualquer possibilidade de fuga. No entanto, essa solicitação foi negada pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, que emitiu um parecer ao Supremo Tribunal Federal (STF) afirmando que as medidas de segurança atuais são suficientes.

Gonet reconheceu a existência de indícios de risco, como o pedido de asilo à Argentina encontrado no celular de Bolsonaro e a atuação do deputado Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos, mas concluiu que o monitoramento existente já atende às necessidades de segurança. Ele ressaltou que as precauções adotadas visam garantir a aplicação efetiva da lei penal, especialmente com o julgamento da ação penal contra Bolsonaro se aproximando.

Consequências de uma possível fuga

A PF enfatizou que uma fuga bem-sucedida de Bolsonaro para a embaixada americana poderia agravar ainda mais a situação jurídica do ex-presidente, complicando as relações diplomáticas entre o Brasil e os Estados Unidos. A corporação destacou que falhas temporárias na tornozeleira eletrônica poderiam fornecer a oportunidade necessária para uma evasão.

O julgamento da ação penal contra Bolsonaro está previsto para começar em breve no STF, e a proximidade desse evento aumenta a urgência de medidas de segurança eficazes. O procurador-geral manifestou-se favorável ao reforço da segurança nas proximidades da residência e ao controle de acesso ao condomínio, como medidas adicionais de precaução.

Implicações e futuro próximo

Este cenário levanta questões sobre a segurança e a eficácia das medidas de prisão domiciliar em casos de figuras públicas de alta relevância política. A possibilidade de uma fuga para uma embaixada estrangeira é um lembrete das complexidades envolvidas na aplicação da justiça em situações que envolvem ex-chefes de estado.

O desfecho do julgamento de Bolsonaro no STF poderá definir não apenas seu futuro político, mas também testar a robustez do sistema jurídico brasileiro em casos de alta visibilidade. A comunidade internacional observa atentamente, enquanto o Brasil navega por este delicado momento de sua história política.

As circunstâncias recomendam precauções contra iniciativas de fuga. Tudo isso, afinal, é ainda mais acentuado pela proximidade do julgamento da ação penal, marcado para se iniciar em alguns dias.

Fonte: www.brasil247.com

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