Pesquisa define roteiro para transistores “cerebrais” flexíveis em eletrônica vestível

Pesquisadores apresentaram um guia detalhado para fabricar transistores sinápticos macios e esticáveis, capazes de aprender e processar informações de forma semelhante ao cérebro humano. O estudo, publicado na revista Wearable Electronics em 31 de outubro de 2025, descreve como escolhas de materiais, arquitetura de circuito e técnicas de produção influenciam o desempenho elétrico desses dispositivos mesmo sob deformações de 50 % a 100 %.

Processo comparativo

Segundo o primeiro autor, Tingyu Long, a equipe comparou três abordagens de manufatura — fotopadronização, impressão e laminação com transferência — avaliando seu impacto sobre substratos, eletrodos, semicondutores e dielétricos condutores de íons. O objetivo foi manter operação estável em baixa tensão, requisito essencial para sistemas de inteligência artificial (IA) de baixo consumo integrados à pele.

Importância da arquitetura

O trabalho destaca que a configuração vertical de transistores orgânicos, na qual o sinal percorre camadas empilhadas, reduz trincas e encurta o caminho elétrico, oferecendo vantagem sobre designs planos tradicionais. Estruturas onduladas ou baseadas em têxteis também distribuem o estresse mecânico, preservando a capacidade de aprendizado enquanto o dispositivo é esticado.

Aplicações imediatas

Coautor Chunghee Kim explica que a integração de materiais intrinsecamente elásticos com técnicas compatíveis com CMOS abre caminho para matrizes de grande área destinadas a eletrônicos de uso direto na pele, próteses biointerativas e IA corporal. Potenciais aplicações incluem filtragem de sinais biomédicos, “pele eletrônica” sensível a pressão ou dor e nervos sintéticos que convertem estímulos em movimento consumindo pouca energia.

Desafios futuros

Entre os obstáculos apontados estão a criação de semicondutores que conduzam cargas positivas e negativas enquanto se esticam, novos materiais imprimíveis além de polímeros e camadas de interface que evitem curtos-circuitos em dispositivos empilhados. Plataformas autorreparáveis, autoalimentadas e biocompatíveis também são consideradas essenciais para uso médico prolongado.

Ao correlacionar cada etapa de fabricação — da impressão a jato de tinta à nanotransferência — com a estabilidade elétrica e mecânica, o estudo oferece um roteiro para materiais de computação macia que buscam aproximar-se da resiliência e eficiência do tecido biológico.

Com informações de Nanowerk

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