A Rocket.new, startup indiana que desenvolve uma plataforma de criação de aplicativos movida a inteligência artificial, arrecadou US$ 15 milhões em uma rodada seed totalmente composta por participação acionária. O aporte foi liderado pela Salesforce Ventures e contou com a participação de Accel e Together Fund.
O investimento chega apenas três meses após o lançamento beta da ferramenta, em junho. Desde então, a empresa ultrapassou 400 mil usuários em 180 países, sendo mais de 10 mil assinantes pagantes, e alcançou US$ 4,5 milhões em receita anual recorrente. A meta é ampliar esse montante para US$ 20 a US$ 25 milhões até o fim do ano e atingir entre US$ 60 e US$ 70 milhões até junho do próximo ano, segundo o cofundador e CEO Vishal Virani.
Origem em Surat e mudança de foco
Com sede em Surat, cidade conhecida pela indústria têxtil e de diamantes, Virani fundou a Rocket.new ao lado de Rahul Shingala e Deepak Dhanak, após pivotar o antigo projeto DhiWise, voltado a fluxos de trabalho para desenvolvedores.
A empresa descreve sua solução como uma “plataforma de vibe coding” capaz de criar aplicativos completos, realizar pesquisas de mercado e auxiliar no desenvolvimento de produtos a partir de comandos em linguagem natural, dispensando a figura tradicional do gerente de produto.
Uso e perfil dos clientes
Na versão 0.3, o sistema já gerou 500 mil aplicações. De acordo com Virani, cerca de 80 % desses projetos são considerados aplicações “sérias”. Entre eles, 12 % envolvem e-commerce, 10 % fintech, 56 % ferramentas B2B e 45 % apps de saúde mental. Aproximadamente 45 % dos usuários criam aplicativos móveis e 55 % desenvolvem sites.
Profissionais de empresas como Meta, PayPal, KPMG, PwC e Times Internet utilizam a plataforma para projetos pessoais. Muitos clientes constroem sites em serviços como Lovable ou Replit e recorrem à Rocket.new para gerar versões nativas para dispositivos móveis, integrando back-ends do Supabase.
Tecnologia e modelo de negócios
A Rocket.new combina modelos de linguagem da Anthropic, OpenAI e Gemini, do Google, com sistemas próprios treinados em dados obtidos no DhiWise. A primeira aplicação leva em média 25 minutos para ficar pronta—mais lento que as três minutos de concorrentes—, mas, segundo a empresa, inclui módulos essenciais que viabilizam a entrada em produção.

Imagem: Internet
A plataforma oferece teste gratuito limitado a 1 milhão de tokens; após esse patamar, o plano parte de US$ 25 por 5 milhões de tokens. Hoje, a margem bruta gira entre 50 % e 55 %, com objetivo de chegar a 60 %–70 % nos próximos meses.
Expansão internacional
Os Estados Unidos respondem por 26 % da receita, seguidos pela Europa (15 %–20 %) e Índia (10 %). Para atender melhor o mercado norte-americano, a companhia abrirá um escritório em Palo Alto.
Com uma equipe de 58 pessoas baseada sobretudo em Surat, a startup prevê dobrar o quadro de engenharia e produto na Índia em até 12 meses, impulsionada pelo novo capital, que será destinado também ao fortalecimento da estratégia comercial e ao avanço em pesquisa e desenvolvimento.
Com informações de TechCrunch