Revestimento de polietilenoglicol impede aglomeração de nanopartículas na liofilização

Um estudo publicado em 17 de outubro de 2025 na revista ACS Applied Nano Materials demonstrou que nanopartículas de sílica recobertas com polietilenoglicol (PEG) permanecem estáveis após a liofilização, processo usado para transformar suspensões líquidas em pós secos sem perda de desempenho.

Para avaliar a influência de diferentes superfícies, a equipe sintetizou partículas esféricas de sílica com diâmetro entre 60 e 65 nm. Foram testados seis tipos de revestimento: PEG, grupos zwitteriônicos, amina, fosfonato, amina + fosfonato e partículas sem modificação. Após congelar as suspensões em nitrogênio líquido, secá-las a vácuo por 24 horas e reidratá-las, os pesquisadores compararam o tamanho médio das partículas antes e depois do ciclo.

Somente as nanopartículas recobertas com PEG mantiveram o diâmetro original sem adição de estabilizantes. Os demais revestimentos apresentaram aglomeração visível, confirmada por espalhamento de raios X a baixo ângulo.

Adição de aditivos livres

O grupo avaliou se PEG livre em solução poderia substituir o polímero ancorado. Concentrações abaixo de 0,5 % em peso ofereceram pouca proteção; entre 1,5 % e 3 % o efeito foi significativo. Mesmo assim, o PEG fixo à superfície foi mais eficiente, pois permanece onde é necessário durante o congelamento.

Proteínas e açúcares como agentes protetores

Duas substâncias amplamente usadas em formulações foram testadas: glicose e albumina sérica humana. A 1,5 % em peso, a albumina preservou a dispersão em todos os tipos de superfície e, a 0,3 %, ainda reduziu a aglomeração. A glicose mostrou resultados variáveis: estabilizou partículas sem revestimento, com PEG, fosfonato ou amina + fosfonato, porém falhou com superfícies zwitteriônicas e teve desempenho ruim em amina, chegando a induzir agregação antes da secagem.

Estudos de compatibilidade sanguínea

Ensaios de hemólise revelaram que partículas sem revestimento, com amina ou fosfonato causaram ruptura moderada de hemácias, enquanto PEG e superfícies zwitteriônicas exibiram valores mínimos. A presença de albumina eliminou a hemólise em todos os casos; a glicose reduziu o efeito apenas onde já havia compatibilidade parcial.

Armazenamento e estabilidade

Pós protegidos com glicose ou albumina foram armazenados por até 60 dias. Quase todas as formulações permaneceram estáveis após a reidratação, exceto o conjunto amina + albumina, que apresentou aumento de agregação após uma semana.

Segundo os autores, os dados oferecem orientação prática: nanopartículas de sílica recobertas com PEG resistem à liofilização sem aditivos adicionais, enquanto a albumina atua como protetor amplo para outras superfícies e ainda melhora a compatibilidade com sangue. A glicose pode ser útil em casos específicos, mas não deve ser aplicada a revestimentos zwitteriônicos.

Com informações de Nanowerk

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