Resíduo nuclear pode se tornar fonte de hidrogênio, indica estudo da Universidade de Sharjah

Cientistas da Universidade de Sharjah revisaram tecnologias emergentes que convertem lixo nuclear em hidrogênio, apontando caminhos para reduzir o volume estocado e ampliar a oferta de energia limpa. A análise foi publicada na revista Nuclear Engineering and Design em 4 de novembro de 2025.

Mais de 4 milhões de metros cúbicos de resíduos radioativos estão armazenados no mundo. O trabalho destaca que a própria radiação desses materiais pode impulsionar processos capazes de separar moléculas de água em hidrogênio e oxigênio sem emissão de carbono.

Métodos avaliados

O levantamento cita diversas abordagens já testadas em laboratório ou fase piloto:

  • Eletrolisadores turbinados por radiação – podem multiplicar em até dez vezes a produção de hidrogênio em comparação com a eletrólise convencional.
  • Ciclos termoquímicos e radiólise – utilizam o calor ou a radiação do resíduo para quebrar a água.
  • Reforma de metano com catalisadores de urânio – melhora o rendimento de hidrogênio e reduz a formação de carbono sólido.
  • Fotocatálise com plasma em fase líquida – opção para tratar efluentes radioativos enquanto gera hidrogênio.

Os autores consideram a catálise baseada em urânio economicamente promissora, pois dispensa metais nobres raros e caros. Em testes de radiólise, variáveis como temperatura, duração da irradiação e aditivos (por exemplo, ácido fórmico) elevaram a produção em múltiplos que chegam a 12 vezes.

Desafios e necessidades

Entre os entraves mapeados estão possível contaminação por gás de síntese, degradação de catalisadores e exigências regulatórias rígidas para manuseio de materiais radioativos. A maioria dos experimentos recorre a fontes externas de radiação para simular o resíduo, o que pode limitar a aplicação prática dos resultados.

Segundo os pesquisadores, superar barreiras técnicas, legais e financeiras dependerá de cooperação entre universidades, órgãos reguladores e empresas do setor energético.

Com informações de Nanowerk

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Notícias Recentes

Compartilhe como preferir

Copiar Link
WhatsApp
Facebook
Email