Um estudo da Universidade de Adelaide, publicado em 24 de outubro de 2025 na revista Nature Communications, demonstrou que resíduos plásticos comuns podem ser transformados em nanomateriais de carbono que funcionam como catalisadores de átomo único (SACs) para aplicações em energia limpa e purificação de água.
A equipe utilizou um processo considerado universal e escalável, capaz de reaproveitar garrafas de PET, embalagens de PVC, filmes de polietileno e polipropileno, além de misturas desses polímeros. O método, baseado em sais que atuam como molde, ancorou átomos metálicos isolados em uma matriz de grafeno, formando catalisadores altamente eficientes.
Os SACs obtidos degradaram diversos micropoluentes em água e impulsionaram o desempenho de baterias e células a combustível. Ensaios realizados na Australian Synchrotron, em Melbourne, empregaram Espectroscopia de Absorção de Raios X (XAS) para confirmar que os metais permanecem dispersos como átomos individuais – característica decisiva para a alta atividade catalítica.
“As medidas de XAS mostraram que não há nanopartículas, apenas átomos isolados, revelando por que esses materiais funcionam tão bem”, explicou o físico Dr. Bernt Johannessen, cientista sênior da instalação e coautor do trabalho.
A primeira autora, Dr.ª Shiying Ren, destacou que o avanço “transforma um passivo ambiental em recurso de alto valor”. Já o professor associado Xiaoguang Duan ressaltou a versatilidade do procedimento, que produz lotes em escala de gramas a baixo custo. O grupo é liderado pelo professor Shaobin Wang.
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Os pesquisadores apontam que a abordagem contribui para a economia circular ao dar uma segunda vida a plásticos de difícil reciclagem, ao mesmo tempo em que fornece materiais de alto desempenho para tecnologias sustentáveis.
Com informações de Nanowerk


