Nanopartículas que liberam IL-12 impulsionam imunoterapia contra câncer de ovário em modelo animal

Pesquisadores do Massachusetts Institute of Technology (MIT) desenvolveram nanopartículas capazes de levar a citocina interleucina-12 (IL-12) diretamente a tumores de ovário, estimulando o sistema imunológico a destruir as células cancerosas. Em testes com camundongos, a tecnologia eliminou metástases em mais de 80% dos animais quando combinada a inibidores de checkpoint imune.

Como funciona a nova abordagem

As partículas são lipossomos revestidos com o polímero poli-L-glutamato (PLE), que direciona o conjunto ao tecido tumoral. Moléculas de IL-12 ficam presas à superfície por meio de um linker químico à base de maleimida, mais estável que versões anteriores e capaz de liberar o fármaco de forma gradual ao longo de uma semana.

Esse método permite aplicar doses altas da citocina, conhecida por “pisar no acelerador” das células T, sem provocar efeitos adversos sistêmicos — como síndrome de liberação de citocinas ou toxicidade hepática — observados quando IL-12 é administrada na corrente sanguínea.

Resultados nos experimentos

No modelo murino de câncer de ovário metastático, o tratamento apenas com as nanopartículas eliminou tumores em cerca de 30% dos animais. Quando associado a inibidores de checkpoint, a taxa de cura subiu para mais de 80%, mesmo em linhagens altamente resistentes à quimioterapia convencional e a outras formas de imunoterapia.

Cinco meses depois, os camundongos curados receberam nova injeção de células tumorais. O sistema imune reconheceu as células e impediu que novos focos crescessem, indicando formação de memória imunológica.

Nanopartículas que liberam IL-12 impulsionam imunoterapia contra câncer de ovário em modelo animal - Imagem do artigo original

Imagem: Internet

Próximos passos

O estudo, publicado em Nature Materials em 31 de outubro de 2025, tem como autores sêniores a professora Paula Hammond, do MIT, e o professor Darrell Irvine, do Scripps Research Institute. O trabalho foi liderado por Ivan Pires, recém-doutor e atualmente pós-doutorando no Brigham and Women’s Hospital.

Segundo os cientistas, o grupo trabalha com o Deshpande Center for Technological Innovation, do MIT, para criar uma empresa que leve a plataforma de nanopartículas à produção em larga escala e a futuros ensaios clínicos.

Com informações de Nanowerk

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