Um grupo internacional liderado pela RMIT University, na Austrália, desenvolveu minúsculas partículas de óxido de molibdênio capazes de destruir células de câncer sem afetar significativamente células saudáveis. O estudo, publicado em 27 de outubro de 2025 na revista Advanced Science, ainda está na fase de testes em cultura celular.
Como funcionam as partículas
Os pesquisadores ajustaram a composição química do óxido metálico, adicionando pequenas quantidades de hidrogênio e amônio. Essa alteração elevou a produção de espécies reativas de oxigênio — moléculas instáveis que danificam componentes celulares e acionam a morte programada (apoptose) em células tumorais.
Nos experimentos, os nanodots eliminaram três vezes mais células de câncer de colo do útero do que células saudáveis em 24 horas. Diferentemente de tecnologias similares, o efeito ocorreu mesmo na ausência de luz.
Resultados adicionais
Além da ação anticâncer, as partículas degradaram 90% de um corante azul em apenas 20 minutos no escuro, indicando alta capacidade de promover reações químicas.
Parcerias e próximos passos
O trabalho contou com a colaboração da Florey Institute of Neuroscience and Mental Health, em Melbourne, e de instituições chinesas como Southeast University, Hong Kong Baptist University e Xidian University, com apoio do ARC Centre of Excellence in Optical Microcombs (COMBS).
Imagem: Internet
As etapas seguintes incluem:
- desenvolver sistemas de entrega que ativem os nanodots apenas dentro de tumores;
- controlar a liberação de espécies reativas para evitar danos a tecidos saudáveis;
- firmar parcerias com empresas de biotecnologia ou farmacêuticas para testes em modelos animais e produção em escala.
Por utilizarem um óxido metálico comum, as partículas podem representar uma alternativa menos tóxica e potencialmente mais barata do que terapias baseadas em metais nobres, como ouro ou prata.
Com informações de Nanowerk


