17 de outubro de 2025 — Uma simulação desenvolvida por pesquisadores da Universidade de Nevada, Las Vegas (UNLV), em parceria com a Universidade Aberta de Israel, indica que a época em que um planeta se forma na história da Via Láctea interfere diretamente em sua densidade e composição química.
O trabalho, publicado em The Astrophysical Journal Letters sob o título “Effect of Galactic Chemical Evolution on Exoplanet Properties”, apresenta o primeiro modelo integrado que acompanha todo o ciclo de formação planetária — do nascimento das estrelas à estrutura interna dos corpos rochosos.
Diferenças entre estrelas de alta e baixa massa
Segundo Jason Steffen, professor do Departamento de Física e Astronomia da UNLV e autor principal do estudo, os elementos que compõem os planetas se originam no interior de estrelas com durações de vida muito distintas:
- Estrelas de alta massa se esgotam em cerca de 10 milhões de anos e, ao explodirem, liberam elementos mais leves, como oxigênio, silício e magnésio. Essas substâncias costumam formar as camadas externas (mantos) dos planetas rochosos.
- Estrelas de baixa massa vivem bilhões de anos e distribuem no espaço materiais mais pesados, entre eles ferro e níquel, essenciais para o desenvolvimento dos núcleos planetários.
Impacto no tamanho do núcleo e do manto
Planetas que se originam em sistemas onde apenas estrelas massivas já chegaram ao fim tendem a apresentar núcleos menores e mantos mais espessos. Quando há tempo suficiente para que estrelas menos massivas também contribuam com ferro e níquel, formam-se núcleos maiores e maior diversidade química.
Implicações para a habitabilidade
A simulação sugere que planetas rochosos mais antigos são, em média, menos densos do que mundos recentes como a Terra. Além disso, os elementos necessários à vida não aparecem todos de uma vez: eles se acumulam gradualmente ao longo da evolução galáctica.
“Os materiais essenciais para um planeta habitável, e para organismos vivos, tornaram-se disponíveis em momentos diferentes da história da galáxia”, explicou Steffen.

Imagem: Internet
O software usado na pesquisa foi construído ao longo da última década em projetos isolados e, recentemente, recebeu ajustes que permitiram integrar processos como síntese de elementos, explosões estelares, colisões e montagem da estrutura planetária.
Os autores afirmam que o modelo pode ajudar a interpretar dados de exoplanetas observados e a refinar a busca por mundos potencialmente habitáveis.
Com informações de Nanowerk