Um trabalho internacional liderado pela Universidade de Genebra (UNIGE) indica que, em grande escala, a matéria escura se move nos poços gravitacionais do Universo da mesma forma que planetas, estrelas e galáxias formados por matéria “visível”. Os resultados foram publicados em 3 de novembro de 2025 na revista Nature Communications.
A pesquisa confrontou a profundidade dos poços gravitacionais — deformações no espaço-tempo causadas por objetos massivos — com a velocidade de milhares de galáxias, estruturas compostas majoritariamente por matéria escura. “Se houver apenas a gravidade em jogo, a queda dessas galáxias deve seguir as mesmas equações que descrevem a matéria comum”, explicou Camille Bonvin, professora associada do Departamento de Física Teórica da UNIGE e coautora do artigo.
Os dados analisados confirmaram essa expectativa: a dinâmica observada está de acordo com as equações de Euler, que regem o comportamento de fluidos e se aplicam à matéria sob influência gravitacional. Caso existisse uma quinta força adicional atuando sobre a matéria escura, as trajetórias galácticas seriam diferentes. Conforme o estudo, qualquer interação desconhecida não pode ultrapassar 7% da intensidade da gravidade — do contrário teria sido detectada.
“Este é um passo importante para caracterizar a matéria escura, mas não descarta completamente a presença de outra força”, ressaltou Nastassia Grimm, primeira autora do artigo, atualmente na Universidade de Portsmouth. O grupo agora aguarda informações de levantamentos em andamento, como LSST e DESI, capazes de identificar forças tão fracas quanto 2% da gravidade.
Imagem: Internet
Além de pesquisadores da UNIGE, participaram cientistas do Instituto de Cosmologia e Gravitação da Universidade de Portsmouth, do ICE-CSIC e IEEC, na Espanha, e do Observatório Midi-Pyrénées, na França.
Com informações de Nanowerk
												
												
												
												
				
															

