O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) regressou ao Brasil nesta quinta-feira (24/9) com a expectativa de agendar uma conversa com o chefe da Casa Branca, Donald Trump. A possibilidade de diálogo ganhou força depois de um rápido contato entre os dois durante a abertura da 78ª Assembleia Geral das Nações Unidas, na última terça (23/9), em Nova York.
Segundo Lula, o próprio republicano sugeriu o encontro, alegando existir “química” entre eles. “Estou disposto a conversar da forma que for necessária, inclusive pessoalmente”, afirmou o brasileiro a jornalistas ainda em solo norte-americano, na quarta-feira (24/9).
Agenda aberta
Lula disse não haver temas proibidos na eventual reunião, mas avaliou que Trump estaria “mal-informado” sobre o Brasil. “Entre dois países importantes, é preciso tratar com base em dados verdadeiros. Algumas decisões dele não são aceitáveis”, observou.
Escalada tarifária
As relações bilaterais se tensionaram após Washington anunciar, em abril, tarifa de 10% sobre produtos vindos da América Latina e, em julho, elevar a alíquota para 50% apenas sobre itens brasileiros. A medida, segundo Trump, responde ao que ele chama de “perseguição” ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Em reação, Lula prometeu aplicar a Lei da Reciprocidade Econômica e lançou o Plano Brasil Soberano, que destina R$ 30 bilhões em linhas de crédito do Fundo Garantidor de Exportações para empresas afetadas.
Os Estados Unidos foram o segundo maior parceiro comercial do Brasil em 2024, com US$ 40,3 bilhões em exportações e US$ 40,6 bilhões em importações. O superávit norte-americano no intercâmbio com o país atingiu US$ 7 bilhões em bens; somados bens e serviços, chegou a US$ 28,6 bilhões, o terceiro maior saldo positivo dos EUA no mundo.

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Convite para a próxima semana
Trump convidou Lula para conversar na próxima semana, por telefone ou videoconferência. Os detalhes ainda estão sendo definidos pelas equipes diplomáticas.
Participação na ONU
Como é tradição, o Brasil abriu a sessão da Assembleia Geral. No discurso, Lula defendeu a soberania nacional e o multilateralismo, criticando iniciativas unilaterais que afetam o comércio. Durante a agenda em Nova York, ele também participou do evento “Em Defesa da Democracia” e manteve reuniões com outros líderes, entre eles o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.
O contato entre Lula e Trump deverá indicar os próximos passos da relação entre as duas maiores economias do continente americano.
Com informações de Metrópoles