Sharm el-Sheikh, no Egito, recebe nesta segunda-feira, 13 de outubro de 2025, a cúpula de mais alto nível sobre o Oriente Médio em anos recentes. Estão confirmados o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o primeiro-ministro britânico Keir Starmer, o presidente francês Emmanuel Macron, o chefe de governo espanhol Pedro Sánchez e outros líderes. O encontro tem como objetivo consolidar o cessar-fogo na Faixa de Gaza, impulsionar esforços de paz e definir planos para a segurança regional.
Gaza em ruínas
Enquanto os chefes de Estado se reúnem, moradores que retornam a Gaza City encontraram extensas áreas completamente niveladas após meses de bombardeios e operações terrestres. Segundo testemunhos, muitas construções desapareceram, deixando a região sem sombra ou pontos de referência — apenas lotes vazios onde famílias agora armam tendas improvisadas.
Equipes de resgate continuam a remover escombros, e autoridades locais alertam que o número de mortos pode aumentar à medida que corpos ainda soterrados são recuperados. Estimativas preliminares indicam que pelo menos 10% da população de Gaza foi morta ou ferida desde o início da ofensiva, percentual considerado conservador por organizações humanitárias.
Impacto humano
O conflito deixou milhares de órfãos e crianças feridas sem familiares sobreviventes. Especialistas em saúde mental relatam que a destruição não se limita à infraestrutura: o tecido social foi gravemente atingido, com várias famílias extintas em ataques aéreos únicos.
Entre os relatos, um residente contou que o irmão — que perdeu a esposa e todos os filhos em um único bombardeio — passa os dias circulando pelos escombros da antiga casa, incapaz de se afastar do local.
Pressões e expectativas
Líderes presentes na cúpula enfrentam críticas internacionais por terem fornecido armas e apoio político a Israel durante a campanha militar. Mesmo assim, o encontro em Sharm el-Sheikh pretende discutir mecanismos de financiamento para a reconstrução de Gaza, além de rotas para entrada de ajuda humanitária de forma contínua e segura.

Imagem: Internet
Diante da devastação, organizações de socorro estimam que a reconstrução demandará anos de trabalho e investimentos bilionários. A expectativa é que a reunião produza um plano inicial que envolva tanto recursos financeiros quanto garantias de acesso para equipes médicas, engenheiros e trabalhadores de assistência social.
O cessar-fogo em vigor é considerado frágil, e diplomatas ressaltam que sua manutenção dependerá do progresso nas negociações nos próximos dias. Para a população de Gaza, porém, a prioridade imediata é obter abrigo, comida e atendimento médico enquanto o futuro político da região continua em debate.
Com informações de The Guardian