O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) deu aval ao plano de emergência apresentado pela Petrobras para a perfuração do primeiro poço em águas profundas na bacia da Foz do Amazonas. O parecer favorável, protocolado nesta quarta-feira (24), exige ajustes específicos na proteção à fauna antes da emissão da licença ambiental definitiva.
O documento destaca a “robustez da estrutura” mobilizada pela estatal e reconhece os desafios logísticos da operação no bloco FZA-M-59. Com a aprovação da Avaliação Pré-Operacional (APO), a petroleira espera concluir as revisões solicitadas e reenviar o material até sexta-feira (26).
Simulado mobilizou 400 profissionais
Para comprovar a eficácia do plano, a Petrobras realizou um exercício de quatro dias que envolveu cerca de 400 pessoas. A simulação contou com seis embarcações de contenção e recolhimento de óleo, seis embarcações dedicadas ao monitoramento e resgate da fauna, três aeronaves e dois centros de reabilitação de animais em Belém (PA) e Oiapoque (AP).
Detalhes do poço Morpho
Batizado de Morpho, o poço está localizado a 175 quilômetros da costa do Amapá e será perfurado em lâmina d’água de 2.800 metros, uma das maiores profundidades já alcançadas pela companhia no país. A área integra a chamada Margem Equatorial, considerada estratégica para ampliar as reservas nacionais de petróleo.
Repercussão política
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, voltou a defender a exploração dos recursos do subsolo brasileiro, posicionamento também manifestado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), celebrou a decisão do Ibama, classificando-a como avanço após “anos de espera”.

Imagem: Internet
Organizações ambientalistas, porém, reiteram preocupações sobre possíveis impactos em manguezais da região, reconhecidos pela elevada biodiversidade e capacidade de retenção de carbono.
Com a licença ambiental pendente apenas da atualização do plano de fauna, a Petrobras afirma manter o compromisso de desenvolver a Margem Equatorial “para garantir segurança energética e apoiar a transição para fontes mais limpas”.
Com informações de Folha de S.Paulo