19 de outubro de 2025 – Diversos anúncios agitaram o mercado global de transporte nesta semana, com destaque para a tentativa de recompra da Luminar por seu criador, a preparação de um IPO bilionário no segmento de aviação elétrica e a venda de centenas de patentes de uma startup extinta.
Fundador quer reassumir a Luminar
Austin Russell, bilionário que criou a fabricante de sensores lidar Luminar, apresentou proposta para adquirir novamente a empresa poucos meses depois de ter deixado o comando por força de uma investigação de ética conduzida pelo conselho. O movimento apareceu em documento enviado à Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC).
Fontes próximas à companhia afirmaram que membros do conselho, composto por nove integrantes, encorajaram Russell a considerar a operação no mês passado, indicando apoio interno ao retorno do executivo. O plano descrito é genérico, mas inclui a possibilidade de o recém-criado laboratório Russell AI Labs comprar uma outra empresa de tecnologia automotiva e, em seguida, fundi-la à Luminar.
Aviação elétrica reúne capital
A Beta Technologies definiu faixa indicativa de preço entre US$ 27 e US$ 33 por ação para sua oferta pública inicial, mirando captação de até US$ 825 milhões. A avaliação poderia alcançar cerca de US$ 7,2 bilhões no topo da faixa. O processo se beneficia de regra temporária da SEC que permite efetivação automática do prospecto após 20 dias, mesmo sem revisão do órgão, medida criada durante a paralisação do governo norte-americano.
Já a Archer Aviation arrematou, por 18 milhões de euros (aproximadamente US$ 21 milhões), as 300 patentes da alemã Lilium, que deixou de operar há um ano. O leilão também despertou interesse da Ambitious Air Mobility Group e da Joby Aviation.
Rodada de investimentos e aprovações
Airbound (drones, Índia) levantou US$ 8,65 milhões em rodada seed liderada por Lachy Groom, cofundador da Physical Intelligence, com participação da Lightspeed Venture Partners e executivos de Tesla, SpaceX e Anduril.
A londrina Dexory (robótica para armazéns) captou US$ 165 milhões em capital e dívida, sendo US$ 100 milhões em Série C liderada pela Eurazeo e US$ 65 milhões em financiamento da Bootstrap Europe.
A FleetWorks (logística com despachante por IA) recebeu US$ 17 milhões em equity e dívida; a Série A de US$ 15 milhões foi liderada por Bill Trenchard, da First Round Capital.
As chinesas Pony.ai e WeRide obtiveram sinal verde do regulador de valores mobiliários da China para segunda listagem na Bolsa de Hong Kong. Ambas já negociam ações na Nasdaq.

Imagem: Internet
A Starship Technologies (entregas autônomas em calçadas) levantou US$ 50 milhões em Série C liderada pela Plural. A francesa Upciti captou US$ 20 milhões em Série A; e a indiana Zepto obteve US$ 450 milhões antes de abrir capital.
Investigação oficial sobre o Titan
A Junta Nacional de Segurança no Transporte dos EUA (NTSB) concluiu que o submersível Titan, da OceanGate, que implodiu durante expedição ao naufrágio do Titanic e matou cinco pessoas, não atendia a padrões de segurança de fabricação.
Parcerias e estratégias industriais
A Stellantis firmou acordo não vinculativo com a Pony.ai para integrar software de direção autônoma da chinesa em furgões elétricos de porte médio que serão usados como robotáxis na Europa. Paralelamente, o grupo automobilístico destinará US$ 13 bilhões para ampliar a produção nos EUA até 2029. Entre cinco novos veículos previstos, apenas um será eletrificado, sinalizando mudança de foco em relação aos planos divulgados anteriormente.
Novas frentes em serviços digitais e robotáxi
A Uber lançou modalidade de trabalho temporário para execução de “tarefas digitais”, como envio de fotos para treinar modelos de inteligência artificial.
A Waymo programou o início de serviço comercial de robotáxis em Londres para 2026, seu segundo mercado internacional após Tóquio. A empresa também acertou parceria plurianual com a DoorDash para entregas sem motorista na região de Phoenix.
Os anúncios reforçam a dinâmica acelerada do segmento de mobilidade, que envolve desde consolidações corporativas até avanços regulatórios e expansão de serviços autônomos.
Com informações de TechCrunch