17 de outubro de 2025 — Um novo estudo indica que a distribuição de matéria escura na Via Láctea é mais achatada e assimétrica do que se imaginava, reforçando a hipótese de que a aniquilação dessas partículas seja responsável pelo excesso de raios gama detectado no centro da galáxia.
A conclusão surgiu a partir de simulações cosmológicas de alta resolução que reproduziram a formação de galáxias semelhantes à Via Láctea em condições ambientais próximas às do nosso entorno cósmico. Os pesquisadores verificaram que a matéria escura não se distribui de forma esférica ao redor do centro galáctico, mas sim de maneira achatada, semelhante à organização das estrelas.
O trabalho, publicado na revista Physical Review Letters sob o título “Fermi-LAT Galactic Center Excess Morphology of Dark Matter in Simulations of the Milky Way Galaxy”, foi conduzido por cientistas do Leibniz Institute for Astrophysics Potsdam (AIP), da Universidade Hebraica de Jerusalém e da Universidade Johns Hopkins.
Desde 2009, o telescópio espacial Fermi-LAT registra um número maior de raios gama — a forma mais energética de luz — no centro da Via Láctea do que o previsto. As principais explicações aventadas eram a emissão por pulsares de milissegundo ou a aniquilação de partículas de matéria escura. A nova análise favorece a segunda hipótese.
Moorits Muru, autor principal do estudo, afirma que o grau de achatamento observado nas simulações “é suficiente para explicar o excesso de raios gama como resultado da aniquilação de partículas de matéria escura”. Ele acrescenta que os resultados “fortalecem a busca por partículas capazes de se autodestruir” e oferecem um passo importante rumo à compreensão dessa componente invisível do Universo.

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O coautor Noam Libeskind, do AIP, lembra que a Via Láctea é envolta por um halo de matéria escura há muito considerado esférico, mas que a nova geometria proposta ajuda a resolver a discrepância entre a distribuição das partículas e o padrão de raios gama registrado.
Com informações de Nanowerk