Tóquio, 28 de outubro de 2025 – Um estudo internacional registrou, pela primeira vez, uma ejeção de massa coronal (CME) em múltiplas temperaturas na estrela EK Draconis, considerada análoga ao Sol em sua juventude. O achado oferece novas pistas sobre o impacto dessas explosões na formação da atmosfera e, possivelmente, da vida na Terra.
A pesquisa foi conduzida por cientistas de Japão, Coreia do Sul e Estados Unidos, liderados por Kosuke Namekata, da Universidade de Kyoto. Os resultados estão publicados no The Astrophysical Journal sob o título “Do Young Suns Produce Frequent, Massive CMEs? Results from Five-year Dedicated Optical Observations of EK Draconis and V889 Hercules”.
Observação em tempo real
O grupo combinou dados ultravioleta do Hubble Space Telescope com medições ópticas de três telescópios terrestres localizados no Japão e na Coreia. Enquanto o Hubble registrou linhas de emissão no ultravioleta sensíveis a plasma quente, os instrumentos em solo acompanharam a linha de hidrogênio Hα, associada a gás mais frio. A sincronia permitiu acompanhar simultaneamente as diferentes camadas da ejeção.
Duas fases da explosão
As medições mostraram que plasma a cerca de 100.000 kelvin foi expelido a velocidades entre 300 e 550 quilômetros por segundo. Cerca de dez minutos depois, um segundo jato, mais frio – em torno de 10.000 kelvin – foi lançado a 70 quilômetros por segundo. Segundo a equipe, o componente quente transportou muito mais energia, indicativo de choques intensos capazes de modificar atmosferas planetárias.
Implicações para a habitabilidade
Modelos teóricos sugerem que CMEs fortes, acompanhadas de partículas energéticas, contribuem para formar moléculas orgânicas e gases de efeito estufa, fundamentais para o surgimento e a manutenção da vida. “Queríamos entender como a atividade violenta do Sol jovem afetou a Terra nascente”, explicou Namekata. “A cooperação entre observatórios espaciais e terrestres foi essencial para recriar esse cenário.”
Imagem: Internet
Os pesquisadores destacam que observações prolongadas e coordenadas de estrelas jovens são cruciais para quantificar a frequência e a intensidade dessas ejeções, ampliando o conhecimento sobre a evolução de atmosferas em planetas dentro e fora do Sistema Solar.
Com informações de Nanowerk


