Deputados admitem erro e recuam após votar a favor da PEC da Blindagem

Ao menos oito deputados federais anunciaram arrependimento pelo voto favorável à chamada PEC da Blindagem, aprovada na Câmara dos Deputados na última semana. Parlamentares de partidos que vão do PT ao PP afirmam ter sido enganados, pressionados ou distraídos durante a votação.

As retratações ocorreram neste domingo (21), mesma data em que manifestações contra a proposta e contra a anistia a condenados pelos atos de 8 de Janeiro reuniram participantes nas 27 capitais.

Arrependimento público

No interior da Bahia, o deputado Mário Negromonte Júnior (PP-BA) declarou ter sido “enganado” ao apoiar o texto. Em vídeo gravado na estrada após participar de evento em Pedro Alexandre, o parlamentar disse que a proposta “não me representa”.

Pelo PT, dois deputados se desculparam. Paulo Guedes (MG), internado durante a sessão, contou em live que votou após receber ligação do colega Odair Cunha (PT-MG) e que “jamais teria apoiado” se estivesse no plenário. Já Merlong Solano (PI) divulgou nota reconhecendo “grave equívoco”.

Líder do PSB, Pedro Campos (PE) afirmou ter negociado com o centrão para tentar barrar a anistia e avançar em pautas como tarifa social de energia e isenção de IR até R$ 5 mil. Depois da repercussão negativa, ingressou com mandado de segurança no STF para contestar a votação.

No MDB, Rafael Brito (AL) apoiou o texto no primeiro turno e faltou ao segundo; dias mais tarde classificou o voto como erro. Pelo PSD, Gabriel Nunes (BA) também recuou.

Pressão e “covardia”

Entre conservadores, a deputada Silvye Alves (União-GO) votou contra no primeiro turno, mas mudou de posição na segunda rodada. Em vídeo, disse ter cedido a pressões “de pessoas influentes” e chamou a própria atitude de “covarde”.

Alinhado ao bolsonarismo, Thiago de Joaldo (PP-SE) declarou que “coragem é assumir o erro e corrigi-lo” ao retirar apoio.

Próximos passos

A PEC segue agora para o Senado. Relator da matéria, o senador Alessandro Vieira (MDB-SE) informou que apresentará parecer contrário na próxima quarta-feira (24), afirmando que a proposta “joga a imagem do Legislativo no lixo”.

Parlamentares que votaram a favor têm enfrentado críticas nas redes sociais e, em alguns casos, limitaram comentários para reduzir a exposição.

Com protestos nas ruas e pressão de eleitores, o clima de recuo se consolidou antes mesmo da análise no Senado, onde o texto poderá ser barrado.

Com informações de Folha de S.Paulo

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