Pesquisadores do Instituto Max Planck de Física Química de Sólidos (MPI-CPfS), em parceria com a Universidade de Stanford e a École Polytechnique, demonstraram que defeitos atômicos induzidos de forma controlada podem ajudar a desvendar como surge a supercondutividade em óxidos de níquel.
O experimento, descrito em artigo recém-publicado na revista Physical Review Letters em 24 de outubro de 2025, expôs amostras de niquelato a elétrons com energia da ordem de mega-volts. O bombardeio, realizado enquanto as amostras eram mantidas em hidrogênio líquido para evitar aquecimento, gerou imperfeições graduais na rede cristalina.
Essa “desordem sob demanda” permitiu aos cientistas acompanhar, passo a passo, a queda da temperatura crítica – ponto em que o material passa a conduzir eletricidade sem resistência. Quanto maior a densidade de defeitos, mais baixa ficou a temperatura de transição, comportamento que varia conforme o mecanismo de supercondutividade de cada composto.
A sensibilidade observada ajuda a afastar alguns modelos teóricos e aproxima a compreensão dos niquelatos de seus parentes mais famosos, os cupratos, descobertos em 1986. Segundo a equipe, os resultados também estabelecem referências importantes para o aperfeiçoamento da síntese desses materiais, cuja produção exige técnicas extremamente precisas.
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Desde que a supercondutividade em niquelatos foi confirmada pela primeira vez em 2019, o campo vem avançando rapidamente, com novos compostos alcançando temperaturas críticas cada vez maiores. O método de introduzir defeitos de forma controlada agora abre caminho para investigar uma gama mais ampla desses materiais e comparar detalhadamente suas propriedades.
Com informações de Nanowerk


