Pesquisadores do Korea Institute of Machinery and Materials (KIMM) anunciaram, em 29 de outubro de 2025, um sistema automatizado capaz de tecer continuamente músculos de tecido feitos com fios de liga de memória de forma (SMA) mais finos que um fio de cabelo humano. A tecnologia abre caminho para a fabricação em larga escala de robôs vestíveis leves e flexíveis.
Coordenado pelo pesquisador principal Cheol Hoon Park, o Advanced Robotics Research Center do KIMM desenvolveu um processo que utiliza fios de SMA de 25 μm, enrolados em formato de mola, para formar o chamado “tecido muscular”. Com apenas 10 g, o material suporta cargas de 10–15 kg, tornando-se um atuador compacto e potente para exoesqueletos em forma de roupa.
A versão anterior do fio, que continha um núcleo metálico, apresentava baixa alongabilidade e dificultava a tecelagem automática. Para superar a limitação, a equipe substituiu o núcleo por fibra natural, redesenhou a estrutura do tecido muscular e aprimorou a máquina de tecelagem, possibilitando produção contínua e estável.
Até agora, a maioria dos robôs vestíveis multijunta dependia de motores ou sistemas pneumáticos pesados e ruidosos, o que aumentava o custo, o volume e o desconforto do usuário — especialmente em movimentos de ombro. O tecido muscular do KIMM, leve e maleável, adapta-se ao corpo e auxilia simultaneamente articulações complexas.
Com essa abordagem, os cientistas criaram o primeiro robô vestível em formato de roupa com menos de 2 kg, capaz de ajudar cotovelo, ombro e cintura, reduzindo em mais de 40 % o esforço muscular em tarefas repetitivas. Foi desenvolvido ainda um modelo específico para ombro, pesando 840 g, indicado para pessoas com fraqueza muscular. Em testes clínicos no Hospital da Universidade Nacional de Seul, pacientes com distrofia muscular de Duchenne obtiveram aumento superior a 57 % na amplitude de movimento do ombro.
Imagem: Internet
Segundo o KIMM, a produção em massa de tecido muscular uniforme estabelece a base para a comercialização de robôs vestíveis, com potencial para diminuir a sobrecarga física de trabalhadores, facilitar a reabilitação de pacientes e impulsionar a competitividade industrial.
Com informações de Nanowerk


