São Paulo, 22 de setembro de 2025 – A Commonwealth Fusion Systems (CFS) assinou com a italiana Eni um contrato superior a US$ 1 bilhão para a compra de energia gerada pelo Arc, primeiro reator de fusão comercial da empresa.
Reator de 400 MW na Virgínia
O Arc será construído nos arredores de Richmond, Virgínia, região que concentra alguns dos maiores polos de data centers dos Estados Unidos. De acordo com o presidente-executivo da CFS, Bob Mumgaard, a usina de 400 megawatts deve entrar em operação no início da década de 2030.
Segundo grande cliente
O acordo com a Eni é o segundo firmado pela companhia americana. Em junho, o Google anunciou a compra de metade da produção do Arc. Nem a CFS nem a Eni revelaram a quantidade de energia envolvida nem o cronograma de fornecimento.
Projeto Sparc avança
Mumgaard informou que o Sparc, reator de demonstração em Devens, Massachusetts, está 65 % concluído. A previsão é ligá-lo no fim de 2026. Segundo o executivo, o objetivo do Sparc é acumular experiência na construção de sistemas quase em escala total e preparar a cadeia de suprimentos para o Arc.
Tecnologia tokamak
Reconhecida como líder no setor de fusão, a CFS adota o modelo tokamak, no qual ímãs supercondutores em formato de “D” confinam plasma superaquecido. As colisões de partículas dentro desse plasma formam novos átomos e liberam energia.
Financiamento e acordos
A empresa já captou quase US$ 3 bilhões, incluindo uma rodada Série B2 de US$ 863 milhões anunciada três semanas atrás, com participações de Nvidia, Google, Breakthrough Energy Ventures e da própria Eni.

Imagem: Internet
Os contratos com Google e Eni preveem flexibilidade em caso de atrasos ou desempenho abaixo do esperado, segundo Mumgaard. “Os parceiros entendem os desafios de uma tecnologia inédita”, afirmou.
Destino da eletricidade
O Google pretende usar a energia do Arc em seus data centers. Já a Eni, que não possui operações de grande porte nos Estados Unidos, planeja redirecionar a eletricidade para a rede e revendê-la, conforme explicou Lorenzo Fiorillo, diretor de tecnologia, P&D e digital da companhia.
Embora a energia de um reator pioneiro deva ter custo elevado, o contrato ajuda a estabelecer um preço de referência para a fusão nuclear e a atrair financiamento adicional para a construção do Arc, ressaltou Mumgaard.
Com informações de TechCrunch