O presidente-executivo da Kong, Augusto “Aghi” Marietti, afirmou que, mesmo que o mercado de inteligência artificial enfrente um estouro de bolha, os investimentos maciços em infraestrutura continuarão indispensáveis. A declaração foi feita em entrevista ao Business Insider.
“Estamos em uma nova era de construtores, um momento singular em que provavelmente vamos aplicar mais capital e capex para viabilizar a era da IA, e precisamos disso”, disse Marietti.
Energia como gargalo
Para o executivo, a principal barreira ao avanço da IA está na oferta de energia. Ele destacou que as empresas do setor não dispõem atualmente da capacidade elétrica necessária para alimentar todas as unidades de processamento gráfico (GPUs) previstas para o próximo ano. Algumas companhias, segundo o Business Insider, já investem em fontes próprias de energia para suprir grandes data centers.
“Não temos energia suficiente para alimentar todas as GPUs no ano que vem”, ressaltou.
Preocupação de Wall Street
O ritmo acelerado dos gastos de capital levantou dúvidas no mercado financeiro. Um levantamento do Business Insider aponta que Amazon, Microsoft, Meta e Google podem desembolsar cerca de US$ 320 bilhões em capex, principalmente voltado a necessidades de IA.
Sam Altman, CEO da OpenAI, reconheceu em agosto que o setor pode estar em fase de bolha, opinião compartilhada por analistas que consideram o nível de investimentos alto a ponto de sustentar parte da economia norte-americana.
Imagem: Brent D
Paralelo com as ferrovias
Marietti comparou o cenário atual ao investimento em ferrovias no século XIX nos Estados Unidos. “Algumas ferrovias foram construídas antes da hora, mas acabaram sendo utilizadas. Na IA estamos apenas construindo com antecedência; algo pode estourar por um tempo, mas precisaremos da infraestrutura de qualquer forma”, declarou.
O presidente da OpenAI, Greg Brockman, chegou a sugerir que, em breve, cada pessoa poderá desejar sua própria GPU, o que exigiria nova expansão dos centros de dados.
Mesmo diante de uma possível retração, Marietti acredita que o setor seguirá adiante. “Depois disso, ainda usaremos toda a infraestrutura que construirmos. Ainda utilizamos as ferrovias implantadas há 150 anos”, concluiu.
Com informações de Business Insider


